sábado, 26 de março de 2016

Para não esquecer - Perfume

Para não esquecer - Perfume
Para quem me conhece, sabe o quanto aprecio um ar com gosto de perfume para vida toda. Penso que metade da minha vida foi olfato, a outra foi visão.
O olfato é um amigo traiçoeiro do coração. Não olha a quem se entregar e sucumbe ao ar hipnótico do perfume alheio. Perfume que nos faz viajar, beber na fonte da insensatez e questionar onde andava aquele cheiro. É a descoberta de um mundo novo, de uma sedução que você nem imaginou estar envolvido. O protagonismo das narinas naquele instante permite a reflexão: Há um cheiro de fraqueza no ar.
Perfume é requisito básico, mas não age sozinho. É um complemento da conquista, uma extensão da sedução.
Sim, existe um perfume certo, endereçado, que encaixa com o seu bom gosto. Ele atinge de uma forma diferente, quase insana. Desconhecemos o cheiro até o momento em que queremos respirar aquele ar para sempre. O engraçado é que quem coloca o perfume - de forma inconsciente e quase mística – consegue adivinhar o néctar que melhor se adeque com as preferências do ser escolhido. É quase uma química do destino agindo pelas suas costas. O perfume é praticamente esotérico.
Mesmo sem querer buscamos um cheiro que nos acalme, que nos remeta a uma tranquilidade rara e indelével.
Uma história começa pelo cheiro e se mantém pelo perfume marcado em cada momento, em cada lembrança.

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