sábado, 26 de março de 2016

Nada sei do que sei...

Nada sei do que sei...
Tenho aprendido a não esperar muito do outro. Porque reconheço que o outro, assim como eu e todas as pessoas do mundo, tem as suas limitações… Mas da vida eu espero tanto!
Talvez por considerar que ela ilimitada na sua essência de nos surpreender como é, seja a cura para todas as limitações que eu, o outro e todas as pessoas do mundo, temos.
Dos sentimentos eu não sei muita coisa… Só que a alma é densa, o pensamento é leve, algumas vezes despreocupado, contradizendo tudo e desfazendo todo o sentido que cabe dentro de uma compreensão. Como sempre é quando mergulhamos nessa lógica irracional – onde mora o ser humano – do que é, e do que não é ao mesmo tempo.
Do amor eu não sei muita coisa, mas reconheço o seu cheiro de brisa bem antes de qualquer aproximação do vento. E mesmo quando ele não me vê, avisto de longe os suas cutucadas, às vezes fortes – às vezes um alento.
Como eu não sei muita coisa, minha vontade de saber afirma que talvez ambas as coisas prefira morar dentro, sei lá. Talvez se sinta mais seguro, onde só cabe a sua própria felicidade; onde ninguém mais toca. Ou não queira mesmo que eu saiba muita coisa sobre a sua vida. E dói saber do amor e do sentimento eu não sei quase nada, quando na verdade eu queria descobrir os seus avessos, mesmo que os seus avessos sejam totalmente incompatíveis com os meus. Eu não aprendi a me enxergar ainda, mas eu aprendi a lidar com as imperfeições dos outros, quando perdoei todas as minhas…
É… Definitivamente eu não sei! E mesmo não sabendo quase nada, ouço vozes que me movem; as suas palavras desencontradas, quando visito o meu próprio silêncio. Encontro me perdido desse seu jeito desencontrado de ser, de não saber aonde ir, onde estar, o que dizer, sem parecer ingênuo e ridículo.
A minha razão não espera quase nada de ninguém mais, enquanto minha alma tola , espera tanto. E ainda que eu não espere quase nada, sinto uma vontade imensa de percorrer os 04 cantos e me misturar nos seus vazios, mesmo sabendo de todos os riscos. Talvez pelo meu jeito torto de ser meio complicado, contraditório e dolorido, eu queira estar ali, salvando vidas: a minha e a dela. Talvez por supor – dentro dessa pequenez humana de se achar maior do que se é – que as coisas, pessoas, e o resto, realmente precisem de mim, dizendo bobagens, cantando músicas infantis, corrigindo pensamentos, que atenue o sabor amargo dos seus dias. Ou por supor, ainda dentro dessa pequenez humana, que as minhas “ideias brilhantes”, podem lhe fazer voar sobre o amor que passa bem na sua frente, mas que , distraído e tímido, não vê.
Dela, da vida - eu não sei quase nada. E quase nada é muito para o pouco que a sua falta de coragem me revela. Só sei sobre aquilo que me dizem; sobre aquilo que ela mesmo nunca me contou. Só sei que o que ela é a partir da concepção dos outros, contradiz todo o meu querer; não pela minha sonora incapacidade de resolver, quando nos deparamos com o abismo que existe entre aquilo que desejamos e recebemos da vida, mas, pelo que ela não foi e não será capaz de ser e fazer por mim.
É… admito eu não sei mesmo muita coisa. E realmente não tenho nenhuma garantia de que algum dia, eu saberei. E se souber, talvez, a minha coragem de permanecer firme , enfraqueça; vai saber… Mas amor, vida e sentimentos é sempre um risco, que a gente precisa correr, para experimentar.

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