sábado, 26 de março de 2016

A nossa crise maior é da utopia que as pessoas se importam

A nossa crise maior é da utopia que as pessoas se importam
A sociedade de hoje é plenamente utópica e abstraída quanto a sua realização efetiva.
Hoje lembro sempre de um ex professor meu que dizia que a principal meta para o novo século é descobrir o que se faz com as pessoas do antigo.
Minha avó que eu uso aqui como exemplo, era do tipo de pessoa que expressava na sua capacidade limitada sim, mas verdadeiramente embasada, costumava ter a certeza sobre tudo que falava. Ela dizia que o homem não foi a lua. Mas foi sim. Porém assim como ela dizia ter certeza disso, ela tinha certeza sobre tantas outras coisas, que a tornava confiável por uma vida toda. Por exemplo: Ela sabia o que era qualidades de uma mulher honesta. Ela hoje ficaria surpresa com o fato que não se usa mais isso. esta desaparecido do código moral.
Ela tinha a noção clara do que era uma boa educação. Uma clara posição sobre o papel da criança na vida de adultos.
Bullyng? Isso não existia! Se você estava apanhando ela dizia: corra mais rápido, bata ou arrume alguém para te ajudar. Mas não fuja com medo.
Minha avó, assim como várias outras mulheres, homens que figuraram o mundo " antigo " fazia parte do mundo sólido, de pessoas sólidas. Coerentes com o que dizia. Não passava na cabeça das pessoas desse mundo, que o que se falava hoje, amanhã seria esquecido, transmutado, refeito ou mesmo desdizendo tudo o quanto havia prometido um dia antes.
Vivemos a era do DESCARTÁVEL.
Pessoas hoje não consertas aparelhos, coisas ou relações.
Estragando uma amizade, um namoro, casamento - estragando o Iphone, simples troca-se. Trocamos tudo. Ninguém quer refazer, parar, esmiuçar problemas, discutir relações, concluir projetos, ver, rever, nada disso é importante - só o próximo produto.
É, eu estou afirmando nós somos produtos - Próximo!
A sociedade torna por meio do convívio da comunicação torpe das redes sociais tudo em obsolescência.
É preciso lançar o Iphone 7, 8, 9 Plus
É preciso estar na moda
É preciso gostar das casualidades e encontros líquidos
Mesmo que o novo Iphone seja aparentemente uma necessidade, ele não é diferente dos seus antecessores, só o que muda é designer, mas afinal - que é designer mesmo?
Qual é a importância disso na minha vida?
Então o ser humano tem de ser desenhado também?
A barriguinha negativa
O peito siliconizado
A bunda durinha, são essas as metas da nova era?
O quanto é prazer - o quanto é frivolidade?
Eu sei a idade mental e moral de uma mulher, só pelo jeito com que ela abre um papel de presente. Se ela abre delicadamente, dobra e guarda, eu consigo enxergar nela os valores experimentais dela. O quanto ela viveu para valorizar nosso gesto.
Eu sei a qualidade empírica de uma mulher, só pela forma que ela atende uma ligação ou lança um olhar, mexe a cabeça.
Sei exatamente de que século ela veio, quando ela responde de maneira amável aquela mensagem não vista. Eu sei o quanto ela se importa, quando começa tudo dizendo: Desculpa eu não vi.
Eu hoje entendo perfeitamente porque pessoas dormem sendo umas e acordam outras.
A propensa ideia subjetiva que está sobrando tudo. Sobrando gente, sobrando sexo, sobrando oportunidades, produtos e coisas, nos dá falsa sensação de controle.
Não sobra nada, nem mesmo promessas.

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