Lidar com pessoas é um exercício de perseverança com nossas verdades e de avaliação do nosso discernimento com o impacto que podemos causar nelas. Não se iluda. Você causa, sim, impacto em TODAS pessoas que estão a sua volta, e elas em você. Não importa se por poucos minutos em um único momento ou durante toda uma vida, cada gesto, cada olhar, cada “sim” ou “não” afeta reações, altera consciências, molda comportamentos. Por isso que eu ressalto tanto, em diversos momentos, da responsabilidade que temos não somente com a nossa própria história pessoal, mas principalmente com todos que nos rodeiam.
A vida é recheada de decisões, e temos que arcar com as consequências
das nossas escolhas em cada pequeno ato do nosso dia a dia. Escolher o
caminho mais fácil geralmente conduz a uma felicidade igualmente mais
evidente e atingível, porém também mais efêmera e menos compensadora.
Quer dizer, esse conceito é muito subjetivo, muitas pessoas podem viver
de felicidades efêmeras ao longo de toda uma vida e terem plenamente uma
sensação de felicidade completa assim. Mas, lamentavelmente (ou
felizmente, confesso que não sei definir), existem pessoas como eu, que
não se conformam com o conforto da felicidade comodista ou da felicidade
egoísta. Nesse aspecto, o “eu” refletido no “outro” ganha uma
importância que talvez a maioria das pessoas, egoisticamente dispensa.
Mas há um problema básico. Quando nos relacionamos com as pessoas, das
mais diferentes formas, abrimos uma verdadeira caixa de Pandora, cujo o
resultado é imprevisível. Não há como saber se estamos sendo bem
interpretados, se estamos cativando ou decepcionando, se somos alvo de
admiração ou raiva. Às vezes fazemos o mal sem querermos, por outras
vezes estamos sendo importantes sem mesmo nos darmos conta. Por isso que
sinais são tão importantes. Muitos tem um instinto de auto-preservação
que os impede de dar sinais, ou em outra perspectiva, de ser francos e
autênticos, mesmo que a exposição os fragilize momentaneamente. Temos
que estar sempre cuidando dos sinais que compartilhamos com as pessoas, e
não apenas preocupados com os sinais que desejamos ou que queremos que
as pessoas nos mandem. Por isso que um sorriso dado na hora certa, o
simples abrir de uma porta, um silêncio pensado, um exemplo que fica
marcado na vida de outra pessoa, tudo isso também dá a certeza que
estamos no caminho certo. No caminho da felicidade.
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