sábado, 26 de março de 2016

A dor da perda

“A dor da perda nunca passa, mas é possível encontrar um lugar no coração para ela”
Em Janeiro agora 2016, fará dois anos da perda irreparável de meu irmão. Vítima de uma violência sem sentido. Mas, este texto aqui é longe de prenunciar vitimização minha. Detesto com todas as minhas forças esse enlutamento eterno.
Todavia entendo quem o sinta. Sobretudo quando os laços são íntimos, pessoais, intrínsecos entre os envolvidos. É fundamental que esse processo de enlutamento seja vivenciado até que ele seja superado para que a dor da perda não fique reprimida e se manifeste em doenças físicas e espirituais.
Mas, é necessário que quem sente, possa procurar ajuda ou terapia. Caso contrário fica algo quase que interminavelmente cíclico de emoções. Transformando a pessoa numa espécie de casca aberta de sentimentos. Ora são bons, ora são ruins. Ora estão à flor da pele, e consequentemente vimos enxurradas de atitudes intempestivas. Palavras mal humoradas, tons agressivos. Cheios de discordância com tudo e com todos. E ainda tem quem ache que isso é parte de sua PERSONALIDADE.
Só se for personalidade azeda. Se constrói um ceticismo gigantesco dentro de si, afim de justificar suas patadas.
Na vida, às vezes a morte é para unir pessoas. Ou às vezes é para nos ensinar que estivemos perto dela, muito próxima de deixar de existir e valorizar as verdadeira pessoas que amamos, e nos esquecemos de ver.
Essa viuvez sem tempo acaba virando uma obsessão " bem vinda" e alimentada por quem deseja reafirmar seu compromisso com o que partiu. o que é uma incongruência com a vida que nos manda viver caminhando para frente.
A pessoa passa a gostar e tem a desculpa antecipada, por se tornar intransigente e irritadiça sempre. E não adianta cobrir-se dos textos espíritas e ou bíblicos para divulgar um sentimento nobre que você mantém, quando é conveniente que os outros saibam sua dor intermitente.
Quem conheceu a vida de Chico Xavier, sabe o quanto o amigo detestava esse luto esticado. Ele sempre lembrava que nosso " egoísmo", disfarçado de sentimento saudoso, atrapalha muito mais que ajudava. Impedia a passagem de quem se foi. Impedia a continuidade de quem ficou. E impedia que as pessoas ao redor, soubessem como lidar com alguém que produzia a si mesmo a auto antipatia conformada.
Não seja um auto antipático conformado. Pare de produzir rolos compressores de ressentimentos na sua vida.
Acho muito e repito aqui contraproducente a pessoa se gabar por ser um pé no saco. Um chato, um fechador de portas na cara. O ser humano, esta propenso a crer que seu mundinho isolado é o melhor, e não difere em nada dos déspotas que criam na base que o seu conhecimento a cerca de tudo era o melhor .
Quem tiver a coragem de entender para si, que assim tome essas palavras. E vá ser uma pessoa melhor - primeiramente para si e depois lave o rosto, de um choro que não seca nunca, e não trás benefícios algum.

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