segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Sinestesia do amor


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Conto nos dedos de uma só mão, o número de casais que conheço que ainda possuem conexão com o olhar. Ninguém se enxerga mais! Vivemos o auge do assombrado e assombroso modo de vida. Eu sei que as pessoas se conhecem, afinal dormem juntas, mas tenho certeza que um dia ou outro alguém vai surtar e correr com medo. Eu e minha teimosa mania de observar a tudo a todos - reconhecendo nos casais a falta de sinestesia. Não sabe o que é? Explico-te: - Sinestesia é também a capacidade de provocar sensações que farão lembrar algo. Tipo: a simples menção de teu perfume faz ruborizar a face, arrepiar a nuca, fechar os olhos, retomar lembranças. Música é uma sinestesia que a canção trás à tona suas cores e toda uma história. Como os casais não se enxergam mais, não justifica mais esse poder. Você olha para o par a sua frente e tenta achar um motivo que os faça querer ficar juntos. Se fosse material, daria para isolar cada qual em seu mundinho preferencial. Jantar? Só se for com muitos amigos para não terem que conversarem a sós. Sim, não há mais sinestesia, gente que conversa dando toques está raro também; não se cutuca mais, virou fora de moda. Antigamente se pedia atenção cutucando a outra, hoje em dia não faz mais diferença. São cinco casais na mesa e milhões de outras pessoas nas redes sociais interagindo com essas cinco. Solidão virou um número. Relacionamento é um status que só tem importância quando é compartilhado. Lembranças só se vierem em selfies produzidas. Conexão não é mais de mentes, mas um simples pedido de senha de wi-fi. Casais são meros parceiros da interatividade, a felicidade é medida no número de fotos que se salva no Instagram.
Eu tenho absoluta certeza que casais não se enxergam mais de vergonha! Vergonha-se pelas escolhas que fizeram, pela fuga virtual que se transformaram suas vidas.

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

As fotos que revelei...

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Logo cedo, uma avó e sua neta entraram na minha loja para revelar algumas fotos. Obtusa, a avó foi avisando: - Não tenho muito dinheiro, faça um preço bom para minha neta! Franzi a testa como de costume, quando algo me contraria, principalmente pela falta de gentileza pela manhã. Respondia-a: - Minha senhora o preço é o mesmo de sempre, sorri forçosamente querendo a pressionar aceitar ou ir embora!
A neta, não tinha mais do que 15 anos. Pequena, magra, de rostinho angelical, ela sorriu de lábios escancarados que dava para ver a perfeição da dentição de leite de sua boca. Era um sorriso e ao mesmo tempo uma súplica, de quem tem realmente contado o dinheiro para tal serviço. A cada cinco palavras proferidas, um pedido de desculpas, “desculpa por isso, desculpa por aquilo...”; talvez querendo demonstrar que a rudez de sua avó não constatava com sua personalidade. Confesso que fui me encolhendo na cadeira, assolado de tantos açoites de gentileza... Era uma menina frágil, torcendo que eu a entendesse, talvez captasse os seus pensamentos... Até que consenti e aceitei o serviço ao preço de suas condições. Ela me deu um pen drive, que instantaneamente mostrou no meu pc a presença de vírus, eu disse em tom sério: - Moça tem vírus! – Aí, desculpa moço, de novo!
Após as necessárias limpezas, avistei 15 fotos da moça, enamorada com outra moça, ambas pareciam ter o mesmo tamanho, idade e aparência. Mas, eram fotos de um casal se beijando, curtindo o sol, caminhando juntas. Inadvertidamente meu preconceito surgiu internamente... Julgo que não tenho que confessar meus pecados a ninguém! São todos expostos ao mundo, como quem não sabe mais esconder de si mesmo. Torci o nariz, sei que fiz isso, me conheço... E sei que ela percebeu... A esta altura a avó já estava colada comigo, vendo as fotos também, mas ela sabia de antemão o que continha, não era segredo da neta, era medo que eu viesse não compreender aquilo que uma senhora de 80 anos já tinha compreendido primeiro que todos. Agora tinha entendido o tom da agressividade da senhora... Era por amor que ela defendia a netinha das pessoas que não compreendia as outras formas do amor. A moça já estava me olhando aflita que eu não dissesse nada, melhor: não externasse nenhum pensamento diante da avó. O que não fiz - justo porque a neta era tão, mas tão educada, tão gentil, suspirava educação e exalava gentilezas. Fiquei pensando, como alguém desta idade, nesta nova geração, parece ter uma educação tão perfeita? Ela não errava as palavras, assim como não deixava de pesar cada pensamento proferido. Eu fiz o serviço, incomodado com minha incapacidade de aceitar que deveria não julgar ninguém antes de conhecer a alma profundamente. Sim, todo dia aprendemos que pessoas são o que são pelo simples fato que Deus as compreendeu primeiro e diante de tudo, como perfeitas aos seus olhos.

O Regresso - By Fabrício Carpinejar

Um escritor consagrado, de oitenta anos, volta para sua cidade natal. Um pequeno município de 15 mil habitantes. Seus pais já morreram.

Ele demorou duas décadas para regressar. Era o beneficiário da casa abandonada, mas ele não deu importância ao inventário. Não vendeu, muito menos habitou.

De barbas brancas e sobrancelhas acompanhando a velhice, Luiggi embarcou numa carruagem rumo ao bairro de sua infância.

O cocheiro puxava assunto:

— De volta, mestre?

O escritor, absolutamente amargo, respondia contrariado:

— Sim, depois de muito tempo.
— Continua escrevendo?, o cocheiro parecia conhecê-lo, mas o autor não lembrava da onde, os traços não abriam o envelope do nome.
— Não, parei. Já fui muito apaixonado.
— E não se apaixona mais?
— Não, estou na idade de lembrar as paixões, não mais de vivê-las.

Ao se postar na frente da residência amarela de esquina, Luiggi solicitou que o cocheiro esperasse um pouco, somente iria tomar alguns minutos.

O cocheiro travou os cavalos.

Luiggi abriu a porta enferrujada. Todos os móveis estavam cobertos por lençóis brancos, inclusive o espelho.

A poeira dançou pelo lustre com o visitante. As traças se enganaram e cobriram a luz como se fosse um verão repentino.

Ele subiu ao segundo andar, ao quarto de sua mãe, e desemperrou as venezianas.

Ao puxar para fora as tramelas, veio uma braçada violenta da laranjeira para dentro do ambiente.

A laranjeira abraçava o filho pródigo. Estava reprimida há muito tempo esperando seu regresso.

Colheu uma laranja do alto dos galhos, sentou na cadeira de balanço materna e descascou lentamente a fruta com o canivete; a casca desceu em espiral, como novelo de lã. Permaneceu sentado durante algum tempo conversando com seus fantasmas, pedindo desculpa pela demora, justificando o abandono.

Não saía de sua cabeça quem era o cocheiro. Aquela afetuosidade antiga, aquela intimidade que desconhecia a origem.

Quando deu as costas para a casa, orientou o cocheiro a deixá-lo na estação.

Enquanto atravessavam a estrada, o cocheiro murchou, entristeceu, as lamparinas dos olhos apagadas pelo vento forte.

— O que houve?, questionou Luiggi.
— Não me reconheceu mesmo, né?
— Sinto muito, não lembro quem você é.

Luiggi se encaminhou com sua mala para o trem. O cocheiro gravemente abatido se despediu e atiçou a parelha ao redemoinho das ruas.

Foi quando o romancista teve um acesso de lucidez e se recordou da fisionomia do cocheiro.

Despencou com sua mala gritando pela calçada, desesperado de ternura, mas o cocheiro havia se afastado excessivamente para virar o pescoço.

Os berros explodiram em vão, atrasados:

— Pietro! Pietro! Pietro!

Pietro era o protagonista de seus romances. Ele não reconheceu o seu próprio personagem. O rosto que idealizou, o rosto que nasceu de sua imaginação. Não identificou quem ele mesmo criara em várias novelas.

É assim que somos com o amor. Demoramos a perceber o nosso sonho quando surge em carne e osso. Não acreditamos que ele virá nos buscar.

E terminamos por chamar aquele que amamos de volta quando já está longe demais para ouvir.

A viagem da relação


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Recentemente, tive que fazer uma viagem rápida, coisa de poucas horas, viagem para mim de ônibus é mais prazerosa que de carro, porque gosto de refletir e refletir é tudo que resta para as pessoas quando estão viajando... Afinal, quem pode apressar seu destino? O jeito é esperar que o ônibus nos leve em segurança aonde queremos chegar... Isso sempre soou como um paralelo com a vida... Quem quer apressar demais acaba indo no pneu e sendo esmagado pelo caminho. Recostei-me na poltrona quando o ônibus começou a se movimentar e assim fiquei por uns 30 minutos, um murmúrio se ouvia atrás da poltrona, era um casal “conversando civilizadamente”, para não dizer: tendo uma DR na viagem. Este tipo de DR começa com um dos dois soltando uma indireta meio “sem querer”, culminando em um despejo de verdades no depois. Eu ouvia, até porque, como disse de início, foi bem civilizada, todavia, quando “verdades doloridas” saem, mágoas afloram em ambos os lados. As cobranças surgem como canções antigas, melodias ora afinadas, doem ao som do ouvido escutá-las. Você fecha os olhos e até consegue sentir o tom, a cor, as notas musicais, percebe que a letra está ali, um dia foi chamada de “AQUELA CANÇÃO”. Hoje não era mais... O casal falava de um amor arrebatador que esfriou. Eu pensei: - Deus me livre a esta altura da vida, cair neste conto de fadas... Não me julguem mal, mas tudo que arrebata - nos toma um sopro de vida. Todo mundo, uma vez na vida, deveria sentir essa força, mas do resto, devemos consumir amor como pão fresco com café em final de tarde de padaria. Tem que ser suave e leve, para que se tenha tempo de conversar sobre coisas que não sejam mais cobranças. Falar do passado como se fosse algo que pudesse transportar como bagagem é cruel, não será na viagem que abriremos a mala e descobriremos que tudo estava ali intacto. Os sons das palavras cortavam o ar, cada qual com sua absoluta certeza e convicção que tudo começou com o outro. Existia uma fragilidade impactante, tanto quanto cristais em uma festa de criança, o medo era que o filho de alguém esbarrasse e tudo quebrasse de vez, pronto, acabou!

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Ceará em foco: Estado do Terror!

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Está mais do que provado que com política socialista para bandido não se resolve nada. Não vou nem mencionar que o Governador é da esquerda. Até porque sob ponto de vista da crítica positiva, ele até que é diferenciado dos restantes. Mas, se você passar a mão na cabeça de bandido, vai ser mordido depois.
Já sei, vão falar da menina Aghata de 8 anos. Com toda certeza uma tragédia, eu que sou pai de meninas, sei disso como ninguém. Mas, é por trás da criminalidade que verificamos que os bandidos como os do RJ são. Eles usam os moradores das favelas como escudo e atiçam a população para mentir por eles para não morrerem depois. O mundo esta difícil, pior fica quando um país mergulha numa crise de desemprego, porque tudo gera frustrações enormes e alguém deseja culpar algo. Nenhum policial toma seu café, beija sua esposa e filhos e decide subir o morro para matar crianças. Afaste essa tolice de sua cabeça, policial nem quer sair do quartel se fosse sua decisão. Ele só não pode evitar que bandido atire em crianças para servir de fuga.
Vou dar um exemplo de países que tiveram que conviver com frustrações da população. A Alemanha pós guerra, tava devastada, milhões de pessoas sem emprego e o país falido, um caos generalizava no país todo. Sabe quem controlava como tutores do país? O eixo: França, EUA, Inglaterra e Russia.
Sabe quantas pessoas foram mortas depois da guerra? Nada menos que 3 milhões de alemães foram mortos, presos, com condutas violentas e por estupro, 1,3 milhões de crianças europeias ficaram órfãs. Esse eixo teve que instituir um controle rigoroso com leis rigorosas até que aos poucos a coisa fosse se acalmando. Não estamos em guerra, mas a bandidagem quer provocar o medo e o terror na população para desviarem atenção para outros problemas. A polícia é violenta? - É sim! Mas a população carceraria é pior ainda. Temos o que de pior tipifica um cenário: Justiça comprometida com seus próprios interesses, como STF. Políticos corruptos e atrelados a políticas de corrupção e lavagem de dinheiro, por fim: um clima de revanche ideológica onde quem perde é o todo. Deveríamos ser nós contra eles ( Políticos e STF), mas estamos dizendo que o principal problema é o humor do presidente, a cor do sujeito, sua religião, quantos dedos tem, a sua bandeira e etc. A população esta debilitada pela enganação de quem a conduz como gado.

Greta Thunberg - A menina falsa do movimento verde.


Antes de tudo, saiba: ela é uma jovem de 16 anos, que deveria ter sua vida protegida pelos pais, mas foram os pais que são ativistas que escolheram este caminho.

Saiba também: Ela desde os seus doze anos vem colecionando prêmios em redações em seu país (Suécia).

Ela, portanto não é uma criação do nada, ela tem em sua família o DNA do que se propõe a dizer.

Feito as ressalvas necessárias, tudo mais que veio pós a explosão que ela teve nas redes sociais , é puro marketing e lobby das grandes empresas bilionárias de ENERGIA VERDE.
A Greta Thunberg surgiu após uma greve escolar que ela provocou na Suécia, vejam só: Um país onde tudo funciona como um paraíso na Terra, alguém que resolve criar uma pequena confusão, dá mídia imediata! Lógico que jornalistas do mundo todo, acostumados ao marasmo perfeito da Suécia vão olhar e perguntar: - Quem é essa menina que tá provocando paralisação? Pior, e por quê? Seu discurso histério e demagogo, do tipo " Tiraram minha infância, acabaram com minha vida...", soa picaretagem das boas. Qual idade ou longevidade ela tem para dizer perdeu a vida com 16 anos? Não foi por menos, e por se tornado uma pop star em seu país que bilionários como George Soros e outros magnatas da industria 'VERDE", resolveram lançá-la justamente em um período de queimadas na Amazônia. Até porque 2 anos antes, os americanos reativaram as minas de carvão porque Trump prometeu emprego para classe americana pobre branca que foi sua base eleitoral. Com o Trump ninguém ousava bater de frente, mas com Índia, Brasil, Argentina, África são outros quinhentos. Não acredite no pseudo discurso sincero, porque por trás, tem uma gama de interesses econômicos dos dois lados. Ninguém tá nem aí com os papagaios, índios, macacos ou ar que respiramos, talvez, no íntimo dela, esses desejos sejam até verdadeiros, mas ela não tem a menor ideia na roubada que se meteu.
Acho deprimente isso tudo, sobretudo porque pessoas que jogam papel nas ruas, copos descartáveis, sujam e entopem galerias, veem nas redes sociais com demagogia barata. O governo tem uma parcela de culpa, mas seu carro polui tanto quanto o próprio. Aquele esgoto clandestino de seu condomínio afeta mais a vida das pessoas cotidianamente que uma Lei Governamental ainda em fase de discussão. Questione-se quando encomenda uma corda de caranguejo fora de época ou de camarões em reservas proibidas.
Tem muito demagogo replicando o que não estuda.

segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Pinóquio a maior verdade está dentro de nós.


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Eu confesso que o personagem Pinóquio era o meu pesadelo na infância.
Fiquei surpreso quando minha filha um dia desses assistiu até o fim. Nunca tinha visto se quer falar dele, ficou perguntando-me detalhes a respeito. Mas, o Pinóquio me dava medo, quis dizer! Não disse, porque eu cresci, aprendi a esconder meus sentimentos. Mas, não posso deixar de admitir que crescemos com traumas.

Para muitos são sapos, ratos, baratas, bruxa, mula, saci e etc. Mas para mim é o nariz da mentira que me dá medo. Pinóquio é o contraponto de toda verdade, é a criação do conceito que nem sempre dizer a verdade é bom. Pinóquio é a luta para alcançar a felicidade através da dor. É consequência depois da mentira. É o exemplo guardado no estômago da baleia. Pinóquio não nasceu, surgiu de um desejo sincero de seu criador, mas não conheceu a vida, até que ele fez tudo para perdê-la.
Somos o paradoxo da verdade, nos perdemos pela cara de pau de inventar uma vida que não temos. Pinóquio é o encontro do infantil com a necessidade do crescimento. Pinóquio cria suas próprias ilusões, influenciável, vazio, oco, entrega-se fácil pelas promessas dos outros. É igual a nós. Tão humano quanto o esforço que dedicamos para construir felicidade. Pinóquio é a passagem da criança que assimila a si mesmo para se transformar em adulto. A criança só constata a vida real pelas suas perdas. Descobre feliz quando ama. Infeliz quando perde – e sincera quando diz que mereceu perder. Pinóquio é a construção falha de toda humanidade. Temos medo de encontrar alguém que nos identifique por algum ponto que nos comprometa com a verdade, que faça revelar nossos desejos.

As duas crianças fantasmas

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Era madruga de domingo para segunda...

Como costume eu sempre procuro ir deitar apenas com sono, não forço o sono chegar. Mas neste dia estava particularmente sonolento o dia todo, tive diversos cochilos, e à noite foi um desses que culminou em acordar às 3:36h.
Abri lentamente os olhos, e vislumbrei duas figuras quase translucidas adentrando o meu quarto, pela silhueta, pareciam ser de crianças, o que foi fácil de observar assim que eles se tornaram nítidos junta a minha cama. Pelo aparente comportamento, pareciam que queriam fazer alguma coisa do tipo travessura contra mim, igual é o jeito de criança quando quer realizar uma brincadeira contra os adultos: - Um olhava para o outro sorrindo...
Pela altura deles não passava da cama muita coisa, tipo na altura de crianças de uns cinco ou seis anos.
Quando resolvi encará-los, foi que perceberam que estavam sendo vistos por mim, e isso causou uma reação de desconforto em ambos, notadamente um deles, o maior, recuou ficando bem atrás do menor com jeito desconfiado... Já o menor, se assustou também, mas ele teve uma reação de querer desafiar-me, pois parecia surpreso que eu o tivesse percebido naquele momento. O pequeno ensaiou uma cara de deboche, do tipo que estava pronto para comprar aquela briga. O mesmo olhou-me bem nos olhos, e de repente transfigurou o rosto como um rosto de morto, uma face de fantasma do tipo branco/ quase esverdeado e forçou uma ação que esperaria me botar para correr de medo... O que não foi o caso, pois não sei por que, assumi uma postura de tocá-lo imediatamente, pus a mão sobre o rosto dele e dispus orar profundamente para que os anjos viessem busca-lo... Em minhas orações e ao mesmo tempo, eu vi o menino debater-se como em uma luta querendo se soltar dessas orações, sem lograr êxito, sem conseguir fugir, ele desmaiou e adormeceu, enquanto o outro fugia pelo canto dos meus olhos. Notadamente, percebi que eu também enfraquecia e adormecia, ele desaparecia sob minhas mãos, ficando totalmente translúcido até sumir. Espíritos de crianças é um caso bem mais raro na literatura espiritual, e “dupla”, é mais raro ainda... Eu nunca imaginaria que haveria crianças vagando sozinhas entre os dois mundos, imaginei que eles poderiam ser irmãos ou primos, e que algo havia acontecido a eles ao mesmo tempo. Mesmo pelo pouco tempo que os vi, dava para notar que eles já estavam encaixados neste novo estado de vida. Não é qualquer um que sabe justamente como fazer e como reagir, eles, ou melhor: o menor parecia compreender perfeitamente como agir e debateu-se muito quando foi aprisionado pelas orações. Todos os dias se aprende algo novo, algo que nos faz pensa em como a vida é importante, tanto pelo lado daqui como para o lado de lá. Não há caminhos fáceis, só caminhos...




sexta-feira, 20 de setembro de 2019

Não tenho certeza de mais nada.


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Não acho ruim mudar pelas pessoas. Acho terrível é esperar pela dor para decidir isso. No mundo todo, buscamos dar resposta pela vingança. A pessoa esta mesmo gorda e desleixada, desinteressante ou desatualizada, tanto faz – mas só dá resposta quando mais nada faz sentido. A tolice é achar que sendo teimoso se caminha para evolução. Ao perder o emprego, vai ter que estudar mesmo. Ao separar, vai ter que secar a barriga para voltar para pista. Fará de toda forma, então porque não mudar dentro da relação que se vive? Eu até acho que por carência é que se toma a rotina de ser mais sincero com os próprios defeitos. Por raiva nos tornamos melhores só para poder jogar na cara. Aprendi que: As melhores decisões da vida, tomamos quando não existe mais nada para se perder ou se consertar - tal qual declaração de amor depois que disse não no altar.
Ninguém que queira ser especial na vida de outra consegue ficar imutável a vida toda.
Seja maleável tão quão água, seja profundo tão qual abismo, seja inteira tão quão vontade de se ver.

Se nada disso fizer sentido, mude pela curiosidade de se dizer que não é mais o mesmo. Logicamente que na maioria absoluta do tempo vai perder a força de vontade. Não serão poucos os dias que a decisão “hoje vai!” – não vai! Hoje eu faço tal coisa... e não fará... É assim mesmo, a gente tem que mudar para sentir o friozinho na barriga de novo de não saber o que vem pela frente. Eu detesto toda frase que cria o absolutismo! Um dia eu ouvi de uma moça que nossa relação se daria apenas na próxima vida, eu ri dela por dentro, ninguém que ainda não viveu tudo sabe tanto. Ter tanta certeza em si atrai o fracasso. Só sabemos o que sabemos hoje, graças o que vivemos até aqui, e mesmo sabendo de tudo isso, cada tomada de decisão é uma nova vida dentro de outra, com novos personagens e desfechos. Ter certeza é o equivalente de não saber de nada.

Amor de passarinho

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Minha pequena de quatro anos, um dia desses me abraçou forte e se jogou no meu colo e disse: - Pai vai não!
Não sei de onde ela tirou essa declaração de amor, visto que ela é dada a mais completa forma de desinteresse. Ela finge que não está quando eu chego. Ela se esconde e vai brincar dizendo que não quer me ver.
Só sendo minha filha mesmo: Eu que sou um completo falso-desinteresse sobre as pessoas que me são muito caras. Eu que também brinco como adulto que não sinto nada. Aprendo com ela a sentir mesmo dizendo que não.
Observo-a através da minha outra filha, a mais velha, a primogênita que de tanto me viu ensinando esse falso-desinteresse, aprendeu rápido. Nestes últimos tempos tenho andando distraído feito os passarinhos. Os mesmos passarinhos que pela distração acabam quebrando o pescoço. Não quebrei o meu por pura sorte. Ou talvez porque a vida não permita que eu enfurecesse as minhas filhas acertando no prognóstico. Não sou tão eterno quanto antes para elas. Nem a fortaleza que um dia pude ser. O que eternizou com o tempo é o sentimento que solidificou através da certeza que sou frágil e falho. Talvez a minha mais velha ame a minha fragilidade, minha finitude que tudo um dia deixa de ser... Não posso culpar a pequena de não ser quem ela é; tá no seu sangue prometer declarações de amor no completo desinteresse. É a única forma de amor que conheci.

Trago o amor de volta...

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“ Rodrigo Tarot: Trago o amor de volta em menos de uma semana... O único com rapidez e garantia”. Fiquei pensando qual seria essa garantia...
Quando li isso colado no poste hoje cedo, parado em um semáforo, refleti o quanto é verdade o pensamento que uma maioria de nós - só liga para duas coisas nesta vida: “ Dinheiro e Sexo. Antes mesmo da Saúde e da Paz. O dinheiro só perde em alguns momentos pelo desejo de se ter alguém; e geralmente quando uma pessoa procura essas “ferramentas” exotéricas, é porque esgotou-se todas as outras possibilidades... No mundo todo, todos os dias, alguém está querendo ler sua sorte, apelando para ser rico, poderoso ou querendo tomar algo de alguém. Sim! Achar que por um leve momento, isso vai dar certo é burrice, mas o que mais pesa nessa obsessão desenfreada, é que tudo que o sujeito faz, ou manda fazer ou pensa que pode realizar através de “supostas simpatias” para trazer a felicidade, só encontra tristeza. Se for pensar direitinho, este sentimento mesquinho não difere do Dono de Senzala que privava outro ser humano de ir e vir, tomando sua liberdade e seu corpo. O que a pessoa supõe que consegue fazer, “ pagando “ um pseudo vidente qualquer é nada menos que uma promessa tola.
“Trazer alguém de volta”, é uma utopia! Já que nunca foi seu, ninguém pertence a outro, nem mesmo os que mais amamos nesta vida, nem mesmo seus filhos ou pais. Se existia amor nesse ato, se transformou em desespero e mentira. O que os jovens pais de hoje não sabem ensinar aos seus filhos é que o mundo não dá nada; não assina pactos; não faz promessas; não liga para o que você sente ou pensa. O mundo não é bom ou ruim, é apenas o mundo sendo o mundo. Ele pode ser o que você quiser que seja. Se plantar coisas boas, colherá seu fruto, se não plantar, obterá o “nada” como resposta. Não há sensatez em atribuir a bondade como vantagem sobre as outras. Pessoas ruins também amam, sente fome, desejo e tudo mais. A vantagem real é não se espelhar nelas. Não aceitar a desculpa como resposta para tudo, não desejar que os outros faça tudo por você. Se não trabalhar, a colheita um dia acaba.

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

A Lição de um cãozinho.


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Hoje pela manhã, na espera do semáforo abrir, percebi que à minha direita, em cima da calçada, havia dois cães... Um olhava para o alto, na direção do semáforo e o outro cabisbaixo para o chão. Quando a luz verde surgiu no semáforo, o primeiro passou pela faixa de pedestre... Eu ri, e todos riram a minha volta....mas o outro cão não atravessou, tentou fazer o mesmo, mas ficou paralisado em cima da faixa de pedestre; logicamente o semáforo permitia a todos seguirem em frente, porém por um ato que não sei explicar, ninguém partiu, todos ficaram dizendo: - Anda cara! Passa logo! O cãozinho corajoso parecia entender o medo do “amigo” e retornou com ele para o ponto inicial. Esta situação me remeteu a uma lembrança do passado, nos dias em que meu pai era motorista de ônibus em SP. Nas minhas férias eu viajava com ele, indo e vindo pelas ruas da cidade. Era época das férias escolares, e neste ínterim conheci um cachorrinho feito este da foto. Entre 13:00h e 13:30h, o ônibus chegava em uma determinada parada, nas Perdizes, onde tinha este cãozinho... Meu velho gostava de animais, e deixava-o subir... O modo como ele subia que era engraçado: - Ficava no ponto de ônibus e esperava olhando para o motorista, acho que aguardando um sinal de gentileza, meu pai dizia: - Sobe rapaz! – Ele subia ligeiro, ziguezagueando entre as pernas do povo, para plantar-se na frente do batente do motorista como primeiro de todos. Os passageiros em sua maioria achavam graça e não reclamavam. O cãozinho posicionava-se de uma forma que parecia saber que logo, logo seria sua vez de descer definitivamente...Eu percebia que o destino dele era umas 8 paradas depois da que ele foi aceito e tanto ele sabia disso que quando chegava nela, descia abanando o rabo e corria de língua de fora em disparada... Para gente só voltar a vê-lo alguns dias depois.
Cansei de ficar fitando-o, ali parado, com um olhar no horizonte, eu pensava que ele era gente, em um corpo de cachorro, e imaginava-a ali reflexivo, com saudades de algum lugar ou pessoa. Se houve algum ser que transmita paz e quietude, era este cão para comigo, meu pai nunca disse nada, só o aceitava para juntos viajarmos. Era uma viagem humanitária, onde esquecíamos que éramos separados por quatro patinhas.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Os vários TONS de uma conversa...

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Numa relação, seja qual for ela, seja em que época for, com qualquer pessoa ou pessoas, existem os tons para definir a ou as relações...
O tom da mágoa: Uma escuridão que não passa.
Expressa às diversas brigas, as discórdias e as poucas chances de se viver bem.
O tom do desprezo: Dias cinzas.
Expressa a insensatez que nos encontramos, quando brigamos e nem mais procuramos solucionar as causas e damos por fim, que o tempo resolva.
O tom da indiferença: nem preto e nem branco.
Quando deixamos de valorizar um ao outro, e nessa situação buscamos novas coisas.
E tem por último o TOM CERTO. Que valseia em tons musicais, em tons de cores e na capacidade que temos de renascer a cada momento ruim da vida.
O tom certo sabe que o mundo não é colorido, é opaco, turvo; é o tudo e o todo -  a tinta e a mão do artista, onde cada um de é responsável por desenharmos o quadro que quisermos, as cores, ou o tom da música -  as formas e disformas, aquareladas de emoções. Cada lágrima, cada pranto, compartilhada na palheta da alma - os diversos e únicos momentos... Um pingo... Um tom... Uma cor... Uma vida debruçada na janela de seu autor.