sexta-feira, 27 de setembro de 2019

A viagem da relação


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Recentemente, tive que fazer uma viagem rápida, coisa de poucas horas, viagem para mim de ônibus é mais prazerosa que de carro, porque gosto de refletir e refletir é tudo que resta para as pessoas quando estão viajando... Afinal, quem pode apressar seu destino? O jeito é esperar que o ônibus nos leve em segurança aonde queremos chegar... Isso sempre soou como um paralelo com a vida... Quem quer apressar demais acaba indo no pneu e sendo esmagado pelo caminho. Recostei-me na poltrona quando o ônibus começou a se movimentar e assim fiquei por uns 30 minutos, um murmúrio se ouvia atrás da poltrona, era um casal “conversando civilizadamente”, para não dizer: tendo uma DR na viagem. Este tipo de DR começa com um dos dois soltando uma indireta meio “sem querer”, culminando em um despejo de verdades no depois. Eu ouvia, até porque, como disse de início, foi bem civilizada, todavia, quando “verdades doloridas” saem, mágoas afloram em ambos os lados. As cobranças surgem como canções antigas, melodias ora afinadas, doem ao som do ouvido escutá-las. Você fecha os olhos e até consegue sentir o tom, a cor, as notas musicais, percebe que a letra está ali, um dia foi chamada de “AQUELA CANÇÃO”. Hoje não era mais... O casal falava de um amor arrebatador que esfriou. Eu pensei: - Deus me livre a esta altura da vida, cair neste conto de fadas... Não me julguem mal, mas tudo que arrebata - nos toma um sopro de vida. Todo mundo, uma vez na vida, deveria sentir essa força, mas do resto, devemos consumir amor como pão fresco com café em final de tarde de padaria. Tem que ser suave e leve, para que se tenha tempo de conversar sobre coisas que não sejam mais cobranças. Falar do passado como se fosse algo que pudesse transportar como bagagem é cruel, não será na viagem que abriremos a mala e descobriremos que tudo estava ali intacto. Os sons das palavras cortavam o ar, cada qual com sua absoluta certeza e convicção que tudo começou com o outro. Existia uma fragilidade impactante, tanto quanto cristais em uma festa de criança, o medo era que o filho de alguém esbarrasse e tudo quebrasse de vez, pronto, acabou!

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