sábado, 26 de março de 2016

O homem com consciência e ação esta sempre se esculpindo

O homem com consciência e ação esta sempre se esculpindo
O célebre Professor Leandro Karnal uma vez disse:
Estive por volta de 1995 conversando com uma senhora muito bem casada, mas que tinha na sua vida um trauma muito grande: Ela foi perseguida e torturada no DOPS – uma espécie de polícia para comunista em 1978.
Na sua prisão, ela conheceu o torturado que por três meses seguidos a torturava com tapas, queimaduras de cigarro, abstinência do sono e outras coisas mais.
Depois de findo esse prazo, foi avisado que o torturador em questão seria trocado por outro.
O que a fez entrar em estado de desespero total. Porque ela se perguntava: “E agora? O que vai acontecer com comigo?”.
Indagada pelo professor Leandro o motivo do medo pela troca, ela afirmou categoricamente:
- Após um tempo a gente se acostuma...
-Fica até mais segura e sente que conhece melhor o nosso agressor
- A simples menção de mudança, desestabilizou-me na minha zona de conforto.
Sair da zona de conforto é uma decisão. ´
Toda decisão requer perda.
E existe um custo. Todas as pessoas que são originais em suas essências possuem um custo, que implica pensar sobre o que esta deixando.
Todavia, se for ficar pela inércia, só vai aprender pela crise.
Pela crise é que somos obrigados a mudar.
Tenho que lembrar sempre todo inércio é narcísico por definição. Embora os narcísicos sejam bons construtores de castelos sentimentais; a simples menção de mudanças os apavora.
Entretanto, tudo muda. Independente de minha ação ou vontade tudo, todo dia muda algo em nós, em torno, na frente e na nossa fisiologia. Ficamos mais velhos, nossas células morrem, o mundo morre e renasce.
Não somos as mesmas pessoas de ontem, sofremos ativa ou passivamente influências dos outros.
E no final do dia, assim mesmo, mantendo-se em inércia e aleito a tudo, a vida nos provoca com duas opções: A mudança passa por você ou você a gerencia.
Resumindo: Ou eu faço algo a respeito ou ela fará por mim.
Mudar é realmente difícil
Não mudar é fatal!
Os hindus tem um proverbio poderoso:
Mudar – mudar-se
Mudar – mudando se constantemente
Mudar as coisas que me cerca
E por fim: mudar a si mesmo.
Não mudar implica no falecimento do indivíduo como ser atrativo. Operante. Ativo.
Não mudar nas relações, amizades, emprego amores, resultará no esgotamento final de todas as possibilidades de conseguir chegar à velhice plena de realizações.
Uma grande amiga disse-me hoje:
- Eu já me adaptei a perda
- Tô ciente que não existe mais a possibilidade
- Tô bem com isso
A ideia é boa – a execução é falha – paliativa – pouco produtiva – com tempo curto e consequentemente aberto às novas feridas posteriormente.
Adaptar-se é o mesmo que inércia. Uma inércia perigosa, porque dá a impressão que o sujeito não tem mais forças ou esperanças.
Mudar é a melhor forma de se proteger. É um fortalecimento definitivo. Real e intenso. Mudar com as pessoas, com as consequências, com as novas fases.

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