quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Os riscos de se apaixonar por quem não corresponde.
Uma semana antes do réveillon, um amigo me chamou para um bate papo e a gente conversou sobre amenidades, embora eu soubesse o que afligia, deixei-o se soltar, até que chegou ao "x" da questão. Apaixonar-se por quem não retribui este sentimento. Começo logo eximindo a pessoa da culpa de não gostar o suficiente do outro. Há que ser maduro o suficiente para entender os pormenores das relações. Isto, posto, ouvi, ouvi até o ouvido fazer eco.
Todo mundo passa por isso, não é novidade, nem para quem vos escreve aqui. Ninguém está imune, não há discurso ou escudo contra sentir algo por alguém, mesmo que seja só da sua cabeça.
Eu ouvi as queixas, senti o que ele sentia, percebia sua desolação, mas o convidei a descrevê-la para mim, sem mágoas, sem medos, só descrever o que sentia. Para ele, era como dizer que a pessoa mais linda do mundo chegava, era como doce perfume que emanava em todos os ambientes, o tempo e as horas passavam rápidas. O som da voz, a roupa usada, a frase citada, sua música preferida, quase tudo ele sabia. Quando a gente realmente está gostando, as pequenas frases nos encantam e o silêncio nos apavora, cada pedacinho de olhar que recebemos, queremos decifrar o que o outro sente. Nos sentimentos felizes quando o sorriso é farto e nos desolamos quando por algum motivo não nos nota.
Terminado a sessão “descarrego dos sentimentos”, pedi para que ele me desse alguma informação sobre o que ela sabe dele; quais as dicas, os assuntos em comuns, quais as vezes que eles se falavam.
Pela forma como ele pensou muito, eu já sabia que era platônico! Apesar dele declarar que eram bons amigos, conversavam muito, ria-se muito, o assunto “relacionamento” era o mertiolate dela, fazia com que ela se retraísse e acabava logo o papo. E, tudo que eu acumulava em conhecimento, me dizia que ela não dava o fora clássico, porque tinha medo de perder a outra relação (amizade), mantinha por perto dos olhos, mas longe do coração.
O que eu disse a ele, digo para mim mesmo: Amar platonicamente, só é lindo na tv! Muito embora eu prime pela coragem de se confessar que ama o outro; eu digo que se submeter indefinidamente a um sentimento não reciproco é pior que um fora retumbante, daqueles que dói pelo mês inteiro.
Dilacera mais querer alguém, cuidar de alguém, que não corresponde. Amor que é amor, não precisa de ensaio. Amor que é amor, não briga com ele mesmo, nem precisa de tempo para “ver” se cresce...
Nunca cresceu ao ponto de chutar o balde das complicações sociais. As desculpas só são reais, quando o coração é frio. Gente de sangue quente apaixona-se pelo reciproco.
Dizer o que fazer é fácil – difícil é viver o sentimento, na angustia de ter que desistir. Mas, é o que se deve fazer, para que haja tempo de curar as feridas. Quem pode amar, vai amar, quem não pode foge.

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