quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Minhas certezas absolutas morreram no disco de Legião

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Eu tenho 44 anos e não tenho mais certeza de nada. Só que as coisas mudam; muda o tempo, eu quero mudar também. Em 2009 eu era um e hoje sou outro. Tudo que eu pensava ser na vida, dilui em um copo e tomei doses lentas, para ver se surgia alguém diferente. Já tive as respostas prontas, os planos traçados e os projetos na prancheta da certeza. Depois revi conceitos, virei mesas, analisei projetos e defendi teses inacabadas. Para que se tenha uma certeza hoje é preciso ter uma vida completamente realizada, coisa a qual duvido que alguém esteja. Virei às costas para meus preconceitos, puni minhas dúvidas que me freavam e reescrevi capítulos para melhor entende-los.
Minhas certezas absolutas morreram no disco de Legião. Não sou mais tão jovem para tomar Coca Cola sem preocupar-me com o peso, brigar com meus pais, ter dúvidas do que SERÁ a vida e o que vai acontecer. Prefiro hoje a tese “metamorfose ambulante”, metaforicamente falando é mais promissor, nos coloca a par da vida e dos novos tempos, obrigando a entender que nada é para sempre! Casamentos, empregos, carros, sociedade, canudos, todos são bens para consumirmos. Não ouço ninguém mais pular de alegria “ casei “. As conquistas são todas para se mostrar para o povo de fora. É uma satisfação à família, amigos, colegas e sociedade.
Quando vejo uma mulher avaliando um homem dos pés a cabeça, eu sinto saudades do tempo em que a gente sentava no muro só para conversar. Eram beijos, abraços, promessas e cartas trocadas. Você é o que é ou que vale? Qual o preço a se pagar para mandar para puta que o pariu o marido opressor? A esposa fútil? O Chefe ranheta, o amigo interesseiro, o carro que só quebra?
Entende que os conceitos de antes, se não mudarmos, morreremos com eles e seremos parte deles, de um significado frio e distante?
Quando eu ouço um “ – Eu não posso “, me bate uma melancolia, não pode ou não quer?
Já fomos mais sinceros e arriscamos mais no disco de Legião era assim.
Bate-me uma reflexão quando vejo que somos todos analisados, todos os dias, pesados e acondicionados ao escopo do interesse da bolha social daquele segmento ou pessoa.
Eu prefiro ainda dizer: “ Não sou mais do mesmo”

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