quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Ame numa crise, ame no desapego de uma relação para outra, porque se for contra o luto, o luto enterrará você com quem partiu.
Em alguma hora da sua vida será necessária também repelir as canções e histórias de amor. Detestar casais apaixonados melosos demais, grupos de amigos que dizem nunca haverem se decepcionado.
A vida é recompensa depois da chuva. 
Dê preferência para as mais pesadas, com relâmpagos e trovoadas. Quem quer ver o arco íris precisa ter coragem para se molhar. É necessário desapegar-se como albatrozes que amam tanto na vida, mas tanto que na velhice partem sem nunca mais voltar. Eles não discutem, só abrem asas para o céu. A desintoxicação é quase como exorcismo, ouviremos vozes dentro da gente pedindo para ficar, mas o corpo quer se isolar dos sons. Para amar – desarme a dor.
A raiva faz parte da força do amor, escolher ser sombra é um passo para luz. Tudo que blinda a carapaça do coração ancora na alma sentimentos de forças sobre-humanas. Escolha ser ateu, para ter propriedade sobre as relações rasas e caráter de saber dizer eu não quero. Escolha ser você para estar preparado para tudo que bom entrar. Resumidamente não é sobre dedo podre o conto popular – é sobre coração podre que nunca se limpa das mesmas pessoas que povoam por lá.
A cada dia nasce uma pessoa perfeita para gente – na esquina – na padaria – no supermercado, ouvindo música - relacionando-se conosco, entrando e saindo do trabalho, roçando a pele, apanhando o papel do chão. Mas, quem diz que enxergamos? Queremos sempre reviver a tristeza, porque ela é conhecida, – podemos cuidar e dizer que é nossa por estimação. O grande lance é saltar sem o paraquedas , do chão não passa.

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