Olhar triste
Percebi hoje olhando as fotos das minhas filhas, que em
ambas, o olhar é triste.
Não me entenda mal, não é triste por melancolia, é triste
por saber demais entender o que veem pela frente.
Há algo de profundamente claro neste olhar. Elas sabem
esconder em uma fracção de segundo e voltarem no normal. Mas, eu vejo como elas
me veem pelo meu. Pois algumas vezes elas se sentirão perdidas, mas nunca
estarão ausentes de mim. Terão do meu espírito nelas e com elas eu crescerei de
novo. Observarão a vida com os meus olhos, assim como vejo as delas em cada
amanhecer. A filha entenderá o mundo como eu entendi, tornando-o melhor do que
eu nunca fiz.
Através de seus entendimentos, serão felizes ou tristes de
fato. As escolhas, serão delas. Em cada pensamento meu, residirá um sopro de
sonho bom, um desejo aferventado que tudo seja simples, calmo, tranquilo e absoluto.
O mundo não se curva, mas quem decide até onde se enverga somos nós. No amor
que tenho por elas, compartilho as incertezas e certezas que o futuro trás.
Sabendo que em cada olhar, de cada filha minha, estabelece uma força chamada
amor e que o tempo reforçará sempre. A tristeza é uma arma, repletas de rosas, cabem os espinhos a gente
entender que faz parte, o que importa é seu final, como será? – Não sei... Depois
da tristeza vem sempre alegria.
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