terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Crianças: A tal da Felicidade

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Crianças: A tal da Felicidade
Uma vez eu estava em uma festa infantil, e lá pelas tantas fiquei observando os adultos aglutinados em suas mesas, que eu chamo de quiosques sociais. Porque não é só nas redes, que o fenômeno se estabelece. 
Eu achei fora do salão duas crianças conversando, na faixa etária de cinco e sete anos. O que primeiro puxou conversou, perguntou ao outro se estava ali por ser parente: - Você é primo? – Não, não! - Sou convidado, minha mãe me trouxe, ela é amiga da mãe do menino da festa. – Ah tá...
- E, você? – Eu sou filho dela, (apontou para a mesa onde estava a mãe conversando com as pessoas). Ela fez os doces e o bolo, eu vim junto. Toda festa minha mãe me leva, não deixa que eu fique em casa sozinho com minha avó. - Coisa legal meu! – Todo dia, você come doce e bolo né? Eu adoro brigadeiro.
- Como sim, minha mãe me deixa ficar com a raspa da panela. – Você não come não? – Minha mãe é dentista, disse que estraga os dentes. – E, teu pai? (perguntou o filho da Doceira ao filho da dentista). (Nesta parte em questão, eu fiquei curioso, porque em ambos os casos, os pais estavam ausentes), isso me despertou o interesse em saber a opinião das crianças. - Meu pai não mora com a gente, ele é advogado.
- Ah tá! Meu pai é garçom, todo dia ele trás comida gostosa do restaurante que o dono dá. Eu já comi lasanha, torta de frango, camarão, um montão de coisa. – Eu também como lasanha, mas eu queria comer um montão de coisas assim todos os dias e os doces, os bolos, tudo de muitãooooo! - Vem para minha casa! Minha mãe vai deixar você almoçar lá na minha casa com minha avó. - Vou pedir para minha mãe! – Posso mesmo! - Pode sim, ela é legal, vai deixar você raspar a panela do brigadeiro.
Vou perguntar ao meu pai, se ele não pode pedir emprego para seu pai trabalhar de garçom com ele, ele já ajudou meu tio também. Aí todo dia você vai ter comida legal. - Puxa! Vou ficar feliz. Eles deram encerrada a conversa que tiveram e foram brincar ao fundo com outras crianças. Perguntei a mim mesmo: - Cadê o preconceito? Cadê a diferença de classe?
– O que é ser feliz? Neste dia perdi toda minha noção de felicidade. Coloquei todos os meus projetos na panela da Doceira e os substitui pelos ingredientes que ela habilmente fez com o que o filho discorresse a real FELICIDADE.
Eu tive boa inveja da mãe: " Legal " é um te amo hoje em dia;
Eu tive boa inveja do pai: Trazer coisas gostosas para casa e ser lembrado pelo filho com essa felicidade não tem preço!
Eu tive emoção com a simplicidade que duas crianças olham para a vida e como desejam suas necessidades, baseadas em coisas tão simples.

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