quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

A bronca do além
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Era julho de 2013, eu passava por um stress grande, a vida me mostrava lições que nenhum aluno gostaria de aprender, mas eram necessárias. Com 23 anos de espírita kardecista, não sei quantos livros, e palestras na memória, mesmo assim eu me encontrava mais vazio que bomba de gasolina em greve de caminhoneiros. Estava frequentando apenas as reuniões de passes e nada mais, calado, na minha, era um ateu no meio de dezenas de pessoas com fé. Eu evitava as consultas, porque achava que o mundo espiritual era indiferente comigo; então eu seria com ele também.
Lá pelo mês de novembro do mesmo ano, resolvi ir para uma consulta espiritual, fui sem esperar nada, e quem já participou de uma, sabe como é: “Uma sala grande, cheia de médiuns que fazem atendimento coletivo para grupos de cinco. Cada par de médium atende uma pessoa, são no mínimo cinco pares de médiuns, cinco mesas, cinco atendimentos individuais”. O meu atendimento foi tranquilo, ninguém de relevância queria falar nada, mas a pessoa da mesa ao lado, foi um típico caso para nunca mais esquecer...
Começou com o espírito familiar, falando por intermédio da médium, o seguinte diálogo.
- Minha irmã, que choro é este?
- Nosso pai que ficou na Terra, não consegue ter paz, você fala constantemente na minha morte, como se quisesse morrer também, será que você quer mesmo, minha irmã?
Dai, ela disse o nome da outra.
- Mas, Valdete, este acidente foi trágico, tão nova, do coração? Mamãe já tinha morrido antes, não sei se vou aguentar não...!
- Vai sim, Valdilene! (o espírito disse o nome), mas primeiro vai matar a todos a sua volta! Você não deixa ninguém seguir com a vida, não deixa Miltinho meu filho, sair se divertir com os amigos, tentar ter um pouco de paz, não deixa papai nem caminhar, que já o assusta com problemas do coração que ele nem tem, quem morreu fui eu Valdilene. Aqui me disseram que havia chegado a hora do meu tempo, cada um morre na sua hora e no seu tempo. Deixa Milton, meu esposo seguir com a vida dele também, chega de luto. Tu te lamentas, e perturba o ambiente de nossa casa e do além também, porque nós te ouvimos, mamãe eu não vi aqui, mas acho que nem ela aguenta mais, já já ela desce para te dar uns cascudos mulher. (nessa hora eu quis rir).
Mulherzinha, a gente ama para sempre, vai ser família para sempre, mas aqui é só uma viagem, guarda no peito e siga em paz. Beijos!
Eu levantei como se fosse o recado para mim. Tive até vergonha alheia por isso.

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