terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Correndo para onde?

A imagem pode conter: uma ou mais pessoas, pessoas dançando, pessoas em pé, oceano, céu, crepúsculo, nuvem, atividades ao ar livre, natureza e água
Não faz muito tempo, correr era um dos prazeres mais solitários que qualquer atividade esportiva poderia ter. Eu lembro que, bastava uma camiseta surrada, short e um par de tênis, para começar correr no seu horário mais disponível possível.
Tinha outra coisa: Era quase um segredo. Poucos eram corajosos os suficientes para comentar que estavam correndo, porque temiam confessar que não tinha fôlego ainda. A gente caminhava, quando nenhum conhecido estava, aí sim começavam os primeiros ensaios de uma corrida.
Hoje em dia, é uma camiseta ultramoderna para cada corrida. Uma corrida? Um evento a ser registrado. Existe o anuncio da corrida nas redes sociais, depois a selfies do evento, os créditos a Deus e por fim a chegada. Ou seja: um pré - um durante – e o depois.
Como celular não existia, o ser humano, convencido da necessidade de praticar esporte, mergulhava 100% na sua necessidade de explorar os seus limites. A mente era sua maior incentivadora. Os bullyngs, as gozações pelo peso, ou amor platônico, eram o combustível emocional que precisava. A vontade de ser alguém em algum lugar ou na cabeça de outra pessoa nos motivava a desenvolver a saúde física e mental. O que vejo agora é que piora a mental, pois o sujeito não consegue se desligar de exibir o autorretrato. O tempo que se leva em preparar toda encenação destina ao corpo, meros minutos de esforço, com zero de concentração. Eu concordo que a tecnologia ajuda muito. Criaram calçados especiais de alto impacto, camisetas anti-transpirante e contra raios ultravioletas, óculos do Batman, produzidos especialmente para evitarem a entrada desses mesmos raios, adesivos para dores musculares, isotônicos e etc. Mas... E correr mesmo... Começa quando?

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