Eu confesso que não sou dos melhores que descrevem a
natureza e seus encantos
Sei que tem gente que fica paradão pela natureza. Tem como
válvula de escape. Captando e coabitando energia para seu dia a dia.
Eu aceito minha falta de talento numa boa. Eu logicamente
aprecio a natureza e descanso minha mente assim como um albatroz plana acima do
mar e das correntes eu deixo os pensamentos fluírem livremente, talvez na crença
que na sua volta, tornar-se-ão mais leves.
O mar trás lembranças
Move sentimentos
Lembra alguém
Assim diria o contemplador na sua mais profunda forma de contemplação
da vida
Todavia eu desço do céu para fincar meus pés descalços e
ralados do tempo e dos tropeços, para prestar atenção no “em torno”, no que
circunda minha volta e meu umbigo. Tento olhar para as razões porque tal pessoa
é boa e outra não. Porque sou bem quisto por uma e repelido pela outra. Uso
desses momentos para inflexionar minhas dúvidas e acabo esquecendo essa razão
de contemplar a natureza. Não tenho inveja não... Sei que cada um faz seu
mantra pessoal.
Eu sou apenas um daqueles que não pula sete ondinhas e nem
acha o sal do mar bom para “descarrego”. Meu religioso vem do meu silêncio do
quarto e na conversa sincera que tenho com Deus. Por sinal é de pai para filho.
Com direito as críticas dos dois lados. DRS paternal.
Talvez seja esse o motivo que não pego da natureza suas
energias. Penso que o homem naturalmente precisa de muito mais consciência de
si e de suas responsabilidades para com o outro, do que ficar trocando fluidos
com a mãe natureza.
A gente declama poesias com o mar e desconta na vida nossas frustrações.
Lusifica as noites, romantiza a lua, descreve as estrelas, e
esquece-se de amar a mulher ao lado ou o homem dedicado.
Perde-se tempo na verbalização do lúdico, enquanto no
praticado é quase nulo. Tenho cá com meus botões, diria o sábio Camões , ressalva enorme com tudo isso.
Estou meio que cansado com a disparidade de informações das
pessoas.
Tem gente que diz uma coisa, mas pensa outra, sente uma terceira e faz
uma quarta. Acontece muito. Quase sempre, o que uma só pessoa diz é diferente
do que ela faz que por sua vez é diferente do que ela pensa que é diferente do
que ela sente. Mas essa é outra história. Talvez para outro texto sobre os
indiferentes a tudo. Começaria um texto com a chamada: Os auto coveiros e suas
covas rasas.
Enterram-se em covas tão profundas que se perdem em tempo e no esforço
depois para se acharem dementes de espíritos e sozinhas - talvez solitárias em túmulos
abertos, sem para quem os orem com agrado.
Viveram de contemplar quadros demais. Esqueceu-se de valorizar a vida e
as pessoas.
Triste natureza que não nasceu para gente assim...
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