terça-feira, 3 de maio de 2016

Sobre essa foto




Eu confesso que não sou dos melhores que descrevem a natureza e seus encantos
Sei que tem gente que fica paradão pela natureza. Tem como válvula de escape. Captando e coabitando  energia para seu dia a dia.

Eu aceito minha falta de talento numa boa. Eu logicamente aprecio a natureza e descanso minha mente assim como um albatroz plana acima do mar e das correntes eu deixo os pensamentos fluírem livremente, talvez na crença que na sua volta, tornar-se-ão mais leves.
O mar trás lembranças
Move sentimentos
Lembra alguém

Assim diria o contemplador na sua mais profunda forma de contemplação da vida

Todavia eu desço do céu para fincar meus pés descalços e ralados do tempo e dos tropeços, para prestar atenção no “em torno”, no que circunda minha volta e meu umbigo. Tento olhar para as razões porque tal pessoa é boa e outra não. Porque sou bem quisto por uma e repelido pela outra. Uso desses momentos para inflexionar minhas dúvidas e acabo esquecendo essa razão de contemplar a natureza. Não tenho inveja não... Sei que cada um faz seu mantra pessoal.

Eu sou apenas um daqueles que não pula sete ondinhas e nem acha o sal do mar bom para “descarrego”. Meu religioso vem do meu silêncio do quarto e na conversa sincera que tenho com Deus. Por sinal é de pai para filho. Com direito as críticas dos dois lados. DRS paternal.

Talvez seja esse o motivo que não pego da natureza suas energias. Penso que o homem naturalmente precisa de muito mais consciência de si e de suas responsabilidades para com o outro, do que ficar trocando fluidos com a mãe natureza.

A gente declama poesias com o mar e desconta na vida nossas frustrações.
Lusifica as noites, romantiza a lua, descreve as estrelas, e esquece-se de amar a mulher ao lado ou o homem dedicado.

Perde-se tempo na verbalização do lúdico, enquanto no praticado é quase nulo. Tenho cá com meus botões, diria o sábio Camões ,  ressalva enorme com tudo isso.  

Estou meio que cansado com a disparidade de informações das pessoas.

Tem gente que diz uma coisa, mas pensa outra, sente uma terceira e faz uma quarta. Acontece muito. Quase sempre, o que uma só pessoa diz é diferente do que ela faz que por sua vez é diferente do que ela pensa que é diferente do que ela sente. Mas essa é outra história. Talvez para outro texto sobre os indiferentes a tudo. Começaria um texto com a chamada: Os auto coveiros e suas covas rasas.
Enterram-se em covas tão profundas que se perdem em tempo e no esforço depois para se acharem dementes de espíritos e sozinhas - talvez solitárias em túmulos abertos, sem para quem os orem com agrado.
Viveram de contemplar quadros demais. Esqueceu-se de valorizar a vida e as pessoas.
Triste natureza que não nasceu para gente assim...


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