Uma postagem leva a outra.
Hoje logo cedo pensei e escrevi sobre um amigo que tentou
forçar sexo com uma amiga dele na minha presença. Ela chorava muito de medo e
toda trêmula, eu não aguentei e briguei com ele feio com sopapos e tudo. O
resultado desse dia: eu sem o amigo e ela voltando para casa com ele, como se
nada tivesse acontecido.
Nunca me esqueci do dia que a conheci: rica, más muito rica
mesmo. Linda, de fechar rua. Morena escultural. Falava inglês, arranhava musica
no piano, mas totalmente melancólica. Quase tinha um ar de tristeza presente.
Por vezes entre uma conversa e outra, ficava com o rosto fechado, pensativo.
Entedia que ela tinha várias relações, com vários amigos
dela, sendo quase um banquete sexual entre um grupo que se servia da conduta do
outro.
Após o dia que ela sofreu o ato forçado sexual, nunca mais a
vi. Mas sei que ela mantinha a mesma relação nefasta com esse cara, que um dia
já foi um grande amigo meu.
A pergunta foi e sempre será recorrente: por que apanha?
Ela era linda, inteligente e socialmente repleta de bens
materiais.
Isso remete a uma frase de pensador:
"Corpo bonito é aquele que tem uma pessoa feliz dentro dele "
Parecida com ela, existe milhares nesse mundo. Conheço pelo
menos 04 amigas que já me contaram algum tipo de violência doméstica com seus
conjugues ou parceiros. Todas mantiveram por tempo prolongado a relação e não
se assuste: ainda mantém!
Conheço gente que ainda não se desvencilhou . Logo se
mantém perto, como se esperasse uma melhora de caráter do agressor, talvez um
milagre. Como sou um grande entusiasta do ser humano e seus comportamentos, não
perco o foco em observar as diversas facetas de uma mulher tentando explicar
porque se mantém perto, próximo ou tem algum profundo respeito pelo outro. Tem
quem até diga que são pelos filhos. Defenda em outros pontos o agressor, ache
qualidade morais nele.
Mas eu digo que não é toda razão confessada. Existe a
mentira contada a si mesmo ali.
Existe uma simbiose moral, espiritual, sexual que permeia
essas relações, que confundem e excitam os dois lados. E por vezes são
continuados na próxima e na próxima relação.
Com o tempo mina toda e qualquer possibilidade de uma nova
relação sadia.
Não é pela beleza. Isso eu já percebi. Beleza não é
armadura. Não a impede de escolher mal suas relações e nem entrar em parafuso
com essas pessoas doentes.
Com essa moça da minha postagem anterior, que tinha tudo
para escolher quem quisesse, ela não tinha o menor controle sobre seus desejos
pessoais, servia-se de outra para dizer o que tinha de fazer. Seja qual plano
fosse dela de uma vida melhor, acabava viciado em um circulo tendencioso e
destrutivo.
Eu acho que tem gente que se vicia no ato de brigar e fazer
as pazes. Pois tem nessa rotina pesos iguais e emoções intensas. Isso é como um
paraquedista que precisa das duas fases do salto para viver: o ato de ir ao
perigo e o resultado final de chegar ao solo são e salvo. Isso é adrenalina
pura.
Faltava a ela e a uma penca de mulheres uma visão de vida diferente do que seja
emocionalmente bom para uma relação.
Passam a gostar de flertar com as emoções perigosas, e acaba
por não saber mais sair e tem medo de perder o que sente.
Nem é a pessoa em si ali, presente – o agressor que esta na
sua vida que importa mais, mas toda a gama de adrenalina que ele joga para
dentro da relação doentia. Poderia ser um homem fantasiado de gorila. A larica
já se instalou de uma maneira, que o agressor perde sua identidade e vira uma
necessidade de estar presente na vida dela. Cama? Carinho? Acho difícil que
isso seja um motivo forte para se ficar.
Tenho a tendência de acreditar que na visão dela por vezes a vida perde um sentido particular
do benefício de se amar e ser amado e começa vivendo relações líquidas tão
parecidas o quanto ela achava que tinha controle, mas nunca teve e nem vai ter.
O porquê se apanha, tem muito dentro de outras perguntas:
Porque você não sai? Por que você não se descobre em algo que pode te ajudar?
Por que não aceita ajuda?
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