A vaidade é boa. Longe de reclamar.
Uma pessoa vaidosamente equilibrada anda cheirosa, limpa,
asseada.
A vaidade como receita para saúde é salutar. Tudo favorável
para quem cuida do corpo num sentido de melhora mental e espiritual.
O que me tira do sério é a vaidade desmedida, pública, daquela
que a pessoa perde a noção do eu para viver de curtidas e tapinhas nas costas.
Pensa que é a pessoa mais pública, mais artista, mais inteligente e necessária
do mundo.
Isso sim vira doença.
Vaidade ruim
Na literatura de Fausto o demônio confessa que passou 100
anos tentando persuadir um velho monge a vir para o lado dele, após vários
castigos infringidos ao monge ele se rende e aceita que aquele homem é
incorruptível.
- Desisto! Você não me aceita, você realmente é incorruptível!
Na saída do monastério, o monge já vendo o demônio longe, se
joga no chão de joelhos e grita ao céu: - Obrigado Deus, já posso virar Santo
agora!
E demônio dar meia volta...
Uma breve lição de como facilmente aceitamos as esmolas dos
afagos e agrados pessoais. Sem o devido cuidado, abandonamos a precaução e a
sensatez e passamos acreditar que somos realmente excelentes escritores – ricos
– homem lindo – mulher linda - samaritano e etc.
A vaidade desmedida é constritora do caráter. Logo achamos
que somos fundamentais ao meio. Começa pela necessidade de receber cada vez
mais elogios e comentários e termina em sendo “O homem que bota tudo na casa” –
esquece-se da mulher contribuidora que tem no lar. “A mulher que cuida do
marido, a melhor esposa do mundo” – Não vendo o quanto ele tem de especial na
sua vida.
Depois vai entrando na vida profissional, com “O CARA”. “O
melhor amigo do mundo”. “O melhor pai, a melhor mãe”. São quase imperceptíveis as
mudanças que vão ocorrendo, até que chega um ponto que você passa achar todos
abaixo de você. Quantas vezes acabei por vendo amigos voltando suas vidas para
o religioso e se tornando vaidosas, quase excêntricas. Acreditando que eles sim
são os escolhidos. Vão mais para igreja que os outros. São mais abençoados que
os demais. A queda é vertiginosa viu. Um verdadeiro abismo de vaidade.
O problema de se acreditar naquilo que não é de fato, é se
perder do caminho, das escolhas reais e necessárias, do ser humano ao lado que
anda contigo. Cansei de ver homens feito pavões em casa de show, se sentido mais
bonitos que as próprias namoradas. Braços cruzados, peito estufado, olhando por
cima dela, como se fosse um totem de ouro, pronto para ser encontrado por
aquele ou aquela que o mereça.
“Mesma “coisa para os “super talentosos” “super
inteligentes”
Passei em concurso facilmente, porque você não passa?
Preguiça? Ok.
O ser humano veio para aprender e compartilhar vida. Desta
casa chamada terra não se leva nada. Nem mesmo os afagos. Uma lição bem
aprendida é compartilhada em pé de igualdade com todos. O verdadeiro bom
gigante é aquele que se abaixa com carinho e vontade de ensinar.
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