Há tantas vozes revertendo em meus ouvidos, tranco-me no meu silêncio. Elas
gritam, insinuam. Contam-me o que não
quero ouvir, justificam as palavras e teimam em querer desconstruir minhas impressões
– doces ilusões – justo as que mais me aproximam das tuas ilusões para justificar minha paralisação afetiva.
Tenho culpa guardada para romper comigo, com meus dilemas, com minhas convicções.
Dar um passo adiante traz riscos, assusta. É que não dá para prever o que vem
depois da chuva, não espero um arco-íris no final do dia
Por resiliência eu aguardo que o tempo cure e falseia suas cenas
Convicções convictas à respeito de mim?
Ah! Ta deixa...
A falsa sensação de segurança que reside no calor do sol não respeita
minha espera...
Existe uma idéia proeminente que o passado é bom...eu prefiro o futuro.
Mas essas vozes... ah, essas vozes me contam segredos!
A realidade é
sempre mais dura, menos ilusória, cai duramente no colo de quem se esconde.
Verdade seja dita, eu acreditei, acredito, permito-me crer sempre.
No
fundo toda ação que visa um passo à frente assusta.
Todo relação constituída de
silêncio tem culpa.
Eu assisto calada a passagem da brisa ao lado
Tantos planos...
Sonoros claros silvos percorrem minha estrada
Pensei em ver vultos a minha volta, seres diferentes, deixei de ter
medo, abri os braços e resolvi escutar.
Vislumbrei meu fascínio de sentir tanta vida indagando quem eu era e o
que fazia nesse lugar.
Verdade seja dita o medo sempre tira o fôlego, e a vontade de continuar.
Que as vozes sejam sempre claras
Traga a paz de volta, dor, sorrisos?
Talvez!
O que me comove e irrita é a inconstância – queima ou esfria, catapulta
ou corta-me a cabeça, seja livre ou se tranque no escuro quarto de seu canto;
mas seja grande!
Curiosamente sou afetivo em te olhar calada
Curiosamente sou paternal em te ver incomodada
Curiosamente sou filho quando não te ouço
Que as vozes sejam
Permutas do que eu sei sobre você...
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