A cada dia uma pessoa, melhor a
cada hora morre uma pessoa em vida. Não estou referindo-me ao que se vai desta.
Mas o que se escolhe ficar e lutar.
Morre-se a moça ou rapaz que precisa se vestir com uma roupa adequada para
entrar no mundo adulto, e diminuir o volume da risada para parecer mais politizada
(o).
Morre-se quando o sonho da padaria parece o único ao alcance das mãos. Morre-se
quando não se perdoa pelos erros que não fez e se esconde dos que fez.
Morre-se quando muda pra se
adaptar ao mundo e acaba por perceber que não cabe em si, não cabendo naquela
que se transformou ao mudar, fugiu de se ver feliz.
Morre-se quando o mundo não te responde mais.
Morre-se quando o mundo desce
apertado pela garganta toda vez que alguém te faz infeliz.
Morre-se quando deixa de sonhar.
Morre-se quando não consegue mais
ter fé.
Morrem-se várias vezes em vários
dias – o tempo todo.
Abro os braços e recebo o medo do mundo do não realizável, da solidão do peso
da própria existência.
Abro os braços e me permito afogar no peso de cada consequência e na pilha de papéis a minha frente que eu preciso fazer sumir pra custear um sonho que está bem ali, mas
Eu me deixo morrer várias vezes, pra renascer mais forte.
Abro os braços e me permito afogar no peso de cada consequência e na pilha de papéis a minha frente que eu preciso fazer sumir pra custear um sonho que está bem ali, mas
Eu me deixo morrer várias vezes, pra renascer mais forte.
O tempo é curto e a vida é apertada e após cada morte, só volta e fica o que
faz do meu eu, mais eu. E isso basta.
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