quinta-feira, 19 de maio de 2016

Química ou atração sexual – para que serve?




Não faz meses, li uma tese de uma pessoa defendendo sua relação que era pura química sexual. Ela discorreu inúmeros adjetivos para justificar aquela relação.
No texto todo havia sentimentos mencionados como um “ eu te amo “ e “ somos apaixonados “ , e por  fim finalizou que seriam “ almas gêmeas “. 

Não vou dizer que acabou logo, mas não sobrou nem amizade.

Mas, o que quero jogar para reflexão de todos, sem aqui exprimir razão de qualquer coisa, é: O que a química sexual me serve?

Não vou negar que sem o tesão no casal, a relação fica fragilizada mesmo. Eu aqui sou um dos que viveram decantando essa bola. Tesão é ótimo na relação.

Mas, vamos aprofundar a coisa. Segundo as pessoas que são adeptas do só continuar se tiver química ( coisa de pele alguns dirão ), esse sentimento é peça fundamental em suas escolhas. 

Mas eu pergunto: Nessa mesma premissa todo mundo que tem amante, logo deveria casar com ela ou ele, correto? O que dirá os que têm “ amigos coloridos “ ou os famosos P.A.? Se for essa questão, parece até simples apontar que a melhor relação é aquela com quem te dá tesão, concorda?

Porque não acontece isso com tanta frequência? Será que elas descobrem com o tempo que a química é só isso mesmo uma palavra e pronto?
Respondo: - Porque as pessoas querem mais do que podem. São insatisfeitas por natureza. E por essa necessidade muitos  que chegaram até aqui me lendo ,  vão pensar sobre isso. 

A falta do tesão ou a perda do desejo   é desculpa para a traição, aqui e no mundo todo. Não nego que isso é 9/10 das questões que mais preocupam os terapeutas sexuais.

Agora vem a pergunta:  e se só relacionássemos  com as amantes ou com as pessoas cujo o sexo nos mantém motivados, acabaria a traição? Seria uma relação agora completa?
Seria diferente do que você já tem com seu parceiro ou parceira?
Seria diferente  do seu namorado(a) que te trata muito bem, é super carinhoso(a), protetor(a), mas que nesse campo do sexo deixou a desejar segundo seus critérios?  Faltou ou falta diálogo? Seria diferente? 

Ou o(a) amante é alguém bom de cama e isso já basta?
Acho que é bem por aí a cerne de toda dúvida. Quem grita ao mundo por química sexual, nunca consegue dizer se existe fora o ótimo sexo, outras qualidades suficientes para exigir do outro compromisso. 

Cansei de ver homens com grande fogo por mulheres específicas, e depois sendo ele o mesmo que a destratava por acha-la menos digna em outros campos morais do que as outras em que ele confiou. “ Não é pra casar é pra comer...”

É o tal lance que corrobora  com a temática daqui.
O cara gostosão, mas que é vazio feito o espaço sideral;
O cara gostosão que não te pergunta nada ou nada quer saber de sua vida.;
Não olha para teus filhos com atenção ou amor;
Cobra-te dedicação, só quer teu corpo;
Exige coisas de você que não exigiria de outras;
Não te entende, não compreendo suas razões diárias, suas neuras ou dias tristes;
Quer você perto apenas quando estar receptiva, não se importa com suas escolhas. 

Pode até ser um cara decente, mas visivelmente vocês têm outras versões da vida. 

Ok! Você não está nem aí! Você também esta se aproveitando da fase, gosta do que tem; melhor assim – é uma pessoa sexualmente receptiva.

Um aviso só: Isso também acaba! E voltamos ao começo de tudo, quando tudo se refere ao eterno modo insatisfeito do ser humano em reclamar de tudo. A falta de sutileza do indivíduo que acha que relação boa é a que melhor lhe convém.

Portanto, acha que a química é tudo! 

Mas não fecha a razão das outras coisas. Ela não abastece as suas necessidades emocionais, tanto quanto um sorvete realiza seu prazer por coisas doces.  Você então tenta acrescentar novas pessoas a sua relação, para se sentir completo, mas se corrompe em seus valores... ou então fica só e justifica que ter o sexo só como válvula de escape já basta. Mas daí percebe que o seu lençol não cobre todo seu corpo. A sua vida ainda esta incompleta. 

Seja qualquer argumento meu ou seu, seja qual for a escolha, já disse que a mim, não cabe questionar nada, é mais um exercício de reflexão.  Acredito que muitos casais podem recuperar seus estímulos um pelo outro. Muitos outros chegaram a este patamar ruim por terem faltado ao dia nacional do diálogo e da conversa franca, aquela conversa  muito adiada em que se coloca todas as questões na mesa e se joga na cara todas as faltas. E, portanto terem alguma esperança de se ajustarem.
E tantos outros nem começaram ou pararam no meio do caminho, porque alguém suscitou  a tese que sem “ a coisa da pele “ não rolaria- não rolou- não deu- não daria certo.

E não obstante,  tantas qualidades que os aproximariam e os manteriam juntos foram desperdiçadas porque alguém grunhiu que química não os uniu.

Será que o sexo é um definidor  final para as relações? Será que se esgotaram todas as formas possíveis de se compreenderem mutuamente?

A verdade real da vida é que o sexo será quente sempre que haja algum novo ponto na relação. O que é muito bom hoje passa ser normal, e toda uma nova tentativa com novas pessoas, será sempre uma busca de se achar completo. A química pode até ser espetacular com uma e relativa com outra, mas tudo são corpos e corpos passados de mão em mão se transformam em bonecas.
No fim das questões resta apenas uma dúvida: O ser humano dentro importa?

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