terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A personalidade que nos falta


Passei boa parte da vida, procurando essa tal de personalidade na minha vida. Quando criança e adolescente, muito tímido, ouvia mais do que falava, não porque não queria me expressar, mas por medo de perder as pessoas, ouvia muito, concordava menos ainda. Isso lógico entope a gente de lixo emocional de outras pessoas. Você passa querer dizer umas verdades nuas e cruas na cara. Quando assumi minha maturidade adulta, logicamente ousei meter o dedo em riste e praticar minha pouca falta de paciência.
Ter a capacidade de leitura fria é uma dádiva, porque te dá ferramentas para rapidamente terminar qualquer debate. Mas não nos satisfaz por completo. E nunca será preenchido. Porque a vida não nos remete para o complemento de nada. Nada chega ao fim, como história de filme. Não há avisos de quando se deve perceber quem esta dançando com quem na vida, ou quando a música vai acabar.
Por isso nunca fiz o papel de popular e nem de populista. Não jogo nas massas. Não entorno todas, não dou cavalo de pau.
Todavia, gosto das pessoas com menos parafusos na cabeça. Elas sempre serão pessoas prontas.
Ou estão bem ou não estão.
Não são de figurar. Não atuam demais na comunicação.
Eu passei a procurar excelência pelo trabalho. Garantir que tudo que faço, termine a contenta de quem me pediu algo e foi feito. Não por isso, também não creio em elogios, e não sou o mais querido dos colegas de trabalho. Há quem goste de você – os que ainda não gostam, mas podem vir a gostar – e os que jamais gostarão, pelos motivos delas.
A mesma lógica atribui às amizades. Noventa por cento dos meus maiores amigos, hoje evito polemicas e discutir pensamentos profundos ou filosóficos, porque não é de interesse deles, portanto não sou eu que vou difundir ideias. Os dez por cento são esses com parafusos de menos. Gosto de gente avessa ao pragmatismo de que tudo esta montado em Deus – Dinheiro – Casamento. O trio perigoso de conceitos, que se você não tiver em conformidade com elas, você não fará parte alguma da vida delas. Conheço gente, cuja religiosidade beira ao fanatismo, mas a sua atuação é ridícula na conduta com os demais à sua volta. Entretanto outras não.
Então a tal personalidade que falei, avança em estágio três, que é quando você percebe a vida nas suas entrelinhas. Deixa de procurar, para observar cada qual individualmente. Nenhuma razão pode ser suficiente boa para convencer alguém de seu valor. Pois é teu valor, só você sabe quanto custa sua noite de sono. Quanta custa sua consciência. Melhor que sair dizendo que é chato mesmo. Que não leva desaforo para casa é não dizer nada.
Nesse atual mundo, cheio de melindres, o teto que cobre o mundo é todo feito de vidro

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