segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A gente evolui os amigos não evolui com a gente


É verdade quando Paul Young diz que os amigos são eternos reflexos do que somos. Quanto mais amigos, mais reflexos do que somos ou fomos tem dentro deles.

Contudo há que se ressaltar a nossa própria evolução, e nem sempre é parelha com o que eles têm da gente. Cansei de constatar isso pessoalmente ou através das minhas escritas, pelo blog e por terceiros que não convivem comigo e só podem ressoar o que sente no agora. Parece que continuo o mesmo para alguns amigos. Por mais que tente, você é visto taxado, acusado, apontado como “aquele” ou” aquela” que gosta disso ou faz aquilo, é assim ou assado. Tem horas que me permito até falar bobagem, agir de acordo com o que pensam sobre mim, até porque explicar que já não sou assim: não faz nenhuma diferença.

Tive no passado diversos posicionamentos sobre a vida, nos quais hoje são totalmente diferentes ou não tem mais nenhum vestígio daquele que pensava determinada coisa, sobre determinado assunto. Sempre fui muito liberal quanto ao sexo e sua prática, no tocante ao gênero homem e mulher, nunca tive nenhum pensamento preconceituoso, maldoso, implicante com quaisquer pessoas. Lógico que você vira pai ou mãe e assume certos cuidados com seus posicionamentos, todavia continuo pensando em termos liberais, mas com ressalvas, pois o que eu penso no agora reflete meus erros e acertos por toda uma vida. Daí surge o conflito. Porque as pessoas o querem igual aquele amigo lá do antigamente... E não é mais possível. Não é mais possível olhar o presente, com a pessoa que você era. São dois mundos desiguais habitando um mesmo homem. 

Acostumado a escrever muito, um belo dia uma amiga leu e me perguntou se era eu mesmo que tinha colocado aquilo ali na tela.

- Sim, fui eu que escrevi!

- Mas, você não era assim, você dizia que era moderno, que não tinha nada contra...

- Continuo não achando nada de ruim... Mas me permita dizer: Me "desmordenizei..."

Deixei a muito de gostar de pessoas líquidas e sem conteúdo, até para sexo. Deixei de apreciar longas e silenciosas pausas de pessoas vazias. Deixei de fechar os olhos e querer partir logo que terminou.

E, nessa tocada, tenho feito personagem. Agindo como era no passado para alguns grupos de amigos, tentando continuar atendendo as expectativas de alguns, mesmo que seja negativamente contra minha pessoa, e sendo o “EU” correto em cada letra, frase, contexto que escrevo, pensando talvez que esses mesmos amigos evoluam e me encontre lá na frente, para um dia conversamos no tempo certo.

Ah! Dizem que não se deve deixar de ser você mesmo para ninguém. Mentira! Alguns merecem por ser acima de amigos, pessoas leais e sinceras - e por isso e por todos, temos o dever de doar um pedaço da gente, se não que graça a vida tem?

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