Era
01 março de 2011, um final de semana para recompor energias.
Nesta
época, curiosamente eu tinha um estado mental forte. Há exatamente um ano que
eu corria 8 km diários, para ao final do ano, prestar concurso para polícia.
Talvez
não fosse a preparação para o concurso, eu não tivesse superado, porque se no
campo físico eu estava bem, em outras áreas eu já tinha recebido notícias de
saúde não muito boas e atravessava um relacionamento complicado. O final de
semana foi escolhido em uma praia paradisíaca. Dois dias sem ver outras coisas,
só praia, piscina e peixe, - mas mesmo assim, posso dizer que foi um do piores
finais de semana da minha vida.
O
que torna o contexto em foco é o que sempre falo de fotos. Elas nem sempre são
fatos. As mentiras por trás de um álbum de fotos nas redes sociais são
escondidas para a razão não ver. Estas fotos foram colocadas quase 30
dias depois, por uma necessitada à época de querer agradar, mas não era 10%
fidedignas com meu estado de espírito. A imagem não revelava o homem por trás,
tal qual espelho não diz o seu pensamento. Com quais problemas ele travaria
dali para frente. A gente entende, mas não percebe o que é de verdade, até
que vejamos de fora as lembranças. Hoje, cerquei-me de assuntos do passado. Os
meus oito anos de blogueiro independente e oito anos que tirei essas fotos.
Posso dizer que aprendizado tem a haver em não cometer os mesmos erros. Não
permitir que seu dedo podre tome conta de suas escolhas. Não escolher a
profissão que não ama. Não correr atrás de amigos que não são amigos. Não
cultivar o jardim em terreno infértil. Metade de nossa vida é corrigindo
caminhos que seguimos e nos arrependemos, e a outra metade, com medo de mudar,
com receio de sair de algo que nos oprime. O corpo padece e somatiza o que alma
se aflige.
Não
há saídas boas. Só escolhas que devem ser feitas. Não escolher, não quer dizer
que não acontecerá nada. Algo sempre acontece, assim como os rios – a vida
sempre da um jeito de achar sua vazão, de penetrar em fendas, abrir brechas e
inundar corações. O mal do ser humano é achar que ficar parado, não será
atingido. Que evitar é uma espécie de proteção. Somos todos interligados demais
para evitar o toque. A outra parte incrível da vida é que ela não te dá pistas,
ela se mistura com as horas, dias, meses e anos, quando você vê,
já passou tudo. Tão de repente quanto um clique de uma foto, viramos
lembranças, fotos e álbuns trancados na vida das pessoas.
A
lembrança de uma foto é não é de todo uma mentira, mas apenas reflexo de uma
tentativa de querer mostrar parte da gente.
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