sexta-feira, 1 de março de 2019

Os fatos que não revelei nas fotos



Era 01 março de 2011, um final de semana  para recompor energias.
Nesta época, curiosamente eu tinha um estado mental forte. Há exatamente um ano que eu corria 8 km diários, para ao final do ano, prestar concurso para polícia.
Talvez não fosse a preparação para o concurso, eu não tivesse superado, porque se no campo físico eu estava bem, em outras áreas eu já tinha recebido notícias de saúde não muito boas e atravessava um relacionamento complicado. O final de semana foi escolhido em uma praia paradisíaca. Dois dias sem ver outras coisas, só praia, piscina e peixe, - mas mesmo assim, posso dizer que foi um do piores finais de semana da  minha vida.

O que torna o contexto em foco é o que sempre falo de fotos. Elas nem sempre são fatos. As mentiras por trás de um álbum de fotos nas redes sociais são escondidas para a razão não ver.  Estas fotos foram colocadas quase 30 dias depois, por uma necessitada à época de querer agradar, mas não era 10% fidedignas com meu estado de espírito. A imagem não revelava o homem por trás, tal qual espelho não diz o seu pensamento. Com quais problemas ele travaria dali para frente. A gente entende, mas não percebe o que é de verdade, até que vejamos de fora as lembranças. Hoje, cerquei-me de assuntos do passado. Os meus oito anos de blogueiro independente e oito anos que tirei essas fotos. Posso dizer que aprendizado tem a haver em não cometer os mesmos erros. Não permitir que seu dedo podre tome conta de suas escolhas. Não escolher a profissão que não ama. Não correr atrás de amigos que não são amigos. Não cultivar o jardim em terreno infértil. Metade de nossa vida é corrigindo caminhos que seguimos e nos arrependemos, e a outra metade, com medo de mudar, com receio de sair de algo que nos oprime. O corpo padece e somatiza o que alma se aflige.
Não há saídas boas. Só escolhas que devem ser feitas. Não escolher, não quer dizer que não acontecerá nada. Algo sempre acontece, assim como os rios – a vida sempre da um jeito de achar sua vazão, de penetrar em fendas, abrir brechas e inundar corações. O mal do ser humano é achar que ficar parado, não será atingido. Que evitar é uma espécie de proteção. Somos todos interligados demais para evitar o toque. A outra parte incrível da vida é que ela não te dá pistas, ela se mistura com as horas, dias, meses e anos, quando você vê, já  passou tudo. Tão de repente quanto um clique de uma foto, viramos lembranças, fotos e álbuns trancados na vida das pessoas.
A lembrança de uma foto é não é de todo uma mentira, mas apenas reflexo de uma tentativa de querer mostrar parte da gente.



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