sábado, 9 de março de 2019

Caminho para Casa


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No livro “Caminho para Casa”, meu livro, no capítulo que Daniel retorna de sua longa jornada pelo mundo buscando respostas para suas indagações a cerca da vida, ele fracassa em seu intento. Não acha as respostas. Não faz seu primeiro milhão. Não escreve um livro. Não plantou nenhuma árvore. Tão pouco fez um filho. Talvez sejam essas as principais questões de todo ser humano. Pelo menos são as minhas, as que me remete um projeto de vida pessoal. O medo de ir além e não atingir, nos paralisa. Mas, mesmo assim ir além não é segurança de nada. O personagem Daniel foi. Tentou ir aonde poucos vão. Viu o mundo e suas belezas, viu o mundo e suas tristezas também.No caminho de volta, ele sentiu o fracasso bater em sua porta, a cada quilometro que retornava para seu antigo lar, a casa de seus pais, um pedaço de chão de sítio, com apenas poucos animais e alguma colheita, a vida aquele momento se mostrava para ele um verdadeiro fracasso de fato.


Ao chegar à cidade, o ônibus estaciona ao lado da praça velha, da pequena cidade de Mshivillion. Ninguém à sua espera. Ninguém minimamente conhecido o aguardava.
Daniel foi até o ponto do Senhor “Bill taxista”, que o recebe com a mesma cara de sempre, avesso ao contato íntimo – o aceita no táxi sem nada perguntar. 

O táxi parece ir muito rápido para Daniel. Rápido demais. O táxi para exatamente na entrada da fazenda, Daniel desce, pega suas coisas, caminha relutantemente até a porta.
No batente da porta, os dois idosos o esperavam na soleira, ao adentrar o batente, Daniel ameaçava marejar os olhos, como que prevendo uma tempestade, segurava o pranto internamente. Além de fracassado, um chorão? – Não, não...

O velho George e sua esposa Susy, abrem um sorriso do tamanho do mundo todo, de braços abertos, puxam seu filho e num longo abraço o recebem com o conforto que só peito e cheiro de pais amorosos sabem nos dar. Ninguém perguntou nada ao Daniel. Não esperavam que o fracassado Daniel chegasse, só seu filho Danny. Já dentro da casa, na sala estava ela: - Olivia, sua antiga ex-namorada, eles terminaram quando Daniel partiu. Olívia também não disse nada, apenas pegou na sua mão e levou a cozinha para ver o bolo de boas vindas preparada por ela.
“Um homem com tantas perguntas como você deve pelo menos sentar e comer seu bolo de boas vindas.” Daniel entendeu o verdadeiro significado de não ter que responder nada para ninguém. Nem todo mundo vai alcançar a mesma paz, com os mesmos objetivos. Viver é uma busca constante, sem dúvida! Mas é também uma parada para se apreciar quem verdadeiramente quer ficar conosco. Sem perguntas. Sem constrangimentos. Sem piedade e sem rancor.
Viver é também uma volta para nosso ponto de partida.

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