quarta-feira, 29 de junho de 2016

O bom nem sempre é do bem...




(...)  e isso é uma constatação universal. 

A gente torce para que tudo que é bom seja do bem; torce... mas não quer dizer nada.
Um bom médico ou ótimo médico, não tem que ser necessariamente uma pessoa do BEM.
Você deve  estar achando contraditório; mas não o é; é até fácil entender. Uma pessoa do bem no sentido de (bondade) é repleta de condutas morais significativas, no entanto não tem qualificação com o que ela faz de profissão ou de atitudes.  Josef Menguele era um ótimo médico para a instituição médica do mundo todo. Fez grandes progressos com o tratamento da dor e da ressuscitação humana. Todavia todos nós sabemos de sua moral nefasta e seu amor pelo nazismo.  Todavia suas descobertas são os meios nos quais vários remédios passaram existir para tratamento da dor.

O piloto Ayrton Senna era magnifico nas pistas e boa parte dela fora também, entretanto tinha poucos amigos e sabia jogar sujo em equipe e com os companheiros; mas nós que precisamos ter heróis, achamos por bem preservar tudo que admiramos.

E como isso se segue na vida pessoal de cada homem e mulher? 

- Da mesma forma! Somos megalomaníacos na mania de grandeza. Queremos dar aos nossos pares, amigos, amores, família a conotação de que é “perfeito” mesmo sendo ele ou ela alguém com necessidade de maturação de vida. Por isso muita gente que se apaixona, deseja ardentemente que tudo naquela pessoa seja do bem; seja sincero; seja verdadeiro e único.  O bom pai, o bom marido, o bom de cama e etc. Fazemos essa analogia que tudo se estende para o resto. E não é pouco os que realmente passam acreditar nisso fortemente. Até quem é o objeto da simpatia passa a tentar ser aquele homem ou mulher sonhado por outro (a). Cansei de ver pessoas que recebem muito amor e carinho, muita atenção e compreensão, se sentido culpadas por não corresponder altura, justamente por ela ser a única com clara visão sobre si mesma e de suas falhas morais.  Daí quando relacionamentos acabam, vem aquele solavanco de emoções, uma enxurrada de acusações do tipo: “você não me valorizou”; ” você não é bom” – etc  etc...
Nem poderia! Porque ele(a) não tem esses valores morais que você deseja alcunhar, só porque ele era ótimo em alguma coisa. 

Fui chamado de arrogante por uma amiga, porque escrevi “pitacos” sobre a vida de  pessoas e suas postagens. Admito que quem se propõe a escrever sobre vida e pessoas, realmente vai navegar por águas turbulentas e interpretações diversas sobre o que ele escreve e como escreve. Nem tanto ao céu e nem tanto ao inferno. Eu já fui muito mais arrogante quando era omisso do que sou hoje.

Quando escrevo textos, é mais para me auto curar; uma terapia que me ajuda mais do que atrapalha. Então assumo: sou arrogante porque escrevo sempre tudo o que vejo e penso. 

Mas, não vou botar nas outras pessoas a culpa, porque determinada pessoa teve um feedback sensacional na cama ou éramos muitos apaixonados, mas depois acabou e ela resolveu viver a vida dela. Não mesmo! Não sou dessas pessoas que correlacionam sentimentos com o caráter afim que ela preencha todos meus pré-requisitos. E se você, eu ou qualquer um daqui, pensa que todo amor é para sempre; toda relação sexual profunda é amor – esta enganado! Pior estar se iludindo com suas próprias interpretações. 

Eu todo dia testo meu caráter. E sou um dos que sabe cada falha, cada ponto em que eu deixo passar terrivelmente cada mau pensamento. E como sei disso, tento entender que os outros também estão nesse mesmo barco.

Posso escolher não seguir adiante. Não confluir mais com suas ideias. E assim me afastar. Como tem de ser todo mundo nessa vida; entender a si mesmo para depois aos outros.  Nem por isso deixo de lutar para me transformar e sair de toda ação que me deixa para baixo. Pedir desculpas, ir atrás, falar com pessoas, buscar novos ângulos e assim crescer. Não morro de amores por atitudes inflexíveis; são elementos que não crescem e não colaboram em nada com a vida.

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