Acredite se quiser, até como vítima podemos manipular os
sentimentos dos outros em proveito próprio. Não por isso é que observamos as reclamações
fora de propósito com intuito de chamar atenção. Muitas acabam tomando emprestados
arquétipos, e a gente acaba vendo as repetições dos erros.
A Religiosa: Da esposa que cansada de sentir-se desprestigiada
pelo marido, faz cobranças, compara casais da igreja e por fim comete deslizes
conjugais, agindo pelo olho no olho, a fim de dizer que quer ser feliz. O
marido com sentimento de culpa enrola e vão à igreja alguns meses, passeia
alguns finais de semana e depois ela volta a reclamar tudo de novo.
Quando está bem (ótica dela) – “Deus no comando” – mal –”
Cansei de esperar, vou ser feliz”.
É amor? Não!
Tem muita culpa de ambos. Tem vitimização. Tem cobranças.
A indecisa: tem tudo para dar certo, mas ao mesmo tempo
gosta de sua vida privada, reclusa, faz o que quer, e não acha que agora é o
momento, ainda “tem tempo”. A vida não emite aviso e vem um acidente e morre o
amor. Choro, triste, perda, sente que deixou escapar.
É amor? Não!
Tem muita culpa. Tem a falsa sensação que é jovem e nada
acontece. E um pouco de prepotência, achando-se na posição de domínio.
Da reclamona: Todas as escolhas fracassaram por culpa do
outro. Acha que merece sempre o melhor, não admite menos do que planejou para
vida. Para cada pessoa que começa uma relação faz uma investigação da vida. Ela
odeia unha grande do pé; o rapaz não sabia - usava sapato. Daí um dia ela
descobriu que a unha dele era grande. – “Más eu não gosto de homem com unha
grande no pé” – Vou consultar as amigas.
- Mulher deixa pra lá, ele cortará com o tempo.
- Ei você tem unha grande? Corta isso!
- Depois eu corto!
Os dias passam, e a unha não foi cortada. Ela não deixa pra
lá e coloca no Facebook: “– Quem não cuida perde”
E assim vai moendo a relação, esquecendo-se de outras coisas
boas, e acaba terminando e botando a culpa no outro. Parece um exagero meu, mas
de fato não é. Tem gente que projeta e planeja as relações conforme os seus
critérios e suas vontades. Sendo a pessoa exatamente aquilo que deseja,
qualquer diferença é sinal claro que não lhe serve. A unha ou a religião, a
calça ou sapato – tanto faz, tudo é motivo.
É amor? Jamais! Manipuladora sutil. Faz-se de vítima.
A desconfiada/ descolada: teve contratempos no passado, não
conseguiu superar, por isso faz infinitas comparações com o antecessor. Acha
que se se entregar, no final vai acabar sofrendo. Portando veste armadura da
descolada. Não sente nada – não se apaixona. Não liga pra nada.
É amor? É medo!
Medo e um sentimento visceral ainda não resolvido, cujo
sentimento mistura tudo. Mente para si mesmo que não quer mais, e para os
outros que já esqueceu.
A Gafieira:
Certo dia uma jovem senhora, apaixona-se por um homem
trabalhador, caseiro, bom amigo e também apaixonado. Os dois tinham muito em
comum, e se amavam muito na cama. Acontece que “felizes para sempre” e “ perfeito “ só no cinema.
A jovem senhora amava loucamente às sextas-feiras a gafieira
do Seu Zé. Era algo do tipo avassalador, nunca perdia por nada. E quando
começou a relação a esquentar e a intimidade dos dias já cobrava atenção; ela
avisou: - Amor as sextas eu vou para gafieira, com minhas amigas, mas é sozinha
viu... (sem você).
Ok, tudo bem...
Mas, na terra em que "ok" e "tudo bem" forem sinônimos de coisa boa
eu mudo de nome.
Os meses se passaram, e haja brigas por essas sextas
ocupadas. Festas, compromissos, amigos, família, nada que caísse nas sextas
fazia com ela deixasse de ir com as amigas.
Ele não aguentava mais, - Más que audácia dela. Não saiu,
não traiu, e ela dançando lá?!
Dois anos e pouco de namoro, e o problema da “gafieira” virou
uma bola de neve insustentável para ambos. Ela não abria mão. Ele não aceitava
a recusa dela.
- Quero ver no meu aniversário que cai na sexta você me
iludir?
- Amor eu vou para gafieira, mas vamos fazer o seguinte: Vem
comigo vida? Vamos lá ver como é?
- No dia que eu for para um cabaré desses, eu me mato,
prefiro acabar!
- Tá me chamando de puta vida?
- Entenda como quiser! Vou esperar sexta chegar...
A sexta veio e mais um casal se separou nessa vida.
Um ano depois, o cidadão resolveu ir nessa gafieira
escondido e disfarçado.
Lá estava ela na mesa com as amigas, os olhos brilhavam
vendo casais dançando. Sorria, bebia, dançava um pouco, sentava na pesa,
dispensava rapazes, homens e velhos. Nunca deu bola pra ninguém. Assim foi em
25 ocasiões que ele foi ver com seus próprios olhos a sua morena sendo
autentica. Ele ligou para ela, mas o celular já não atendia mais.
Raciocinem...
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