sexta-feira, 3 de junho de 2016

Convivendo com o mundo




Cansei de quando adolescente sair de casa  para ir ao cinema sozinho. O que faço às vezes até hoje. Nada me impede de apreciar um cinema na minha vontade de escrutinar cada cena e a cada diálogo do filme. Assim como já almocei sozinho; já fui à praia também, tanto quanto fosse necessário esticar minhas preocupações.
É o que eu chamo de ser autentico para si mesmo, o que de fato você não se apercebe até que chega a um ponto da vida que não quer ser reconhecido apenas por uma faceta só de sua personalidade. Você passa a exigir de si e dos outros que te vejam como um todo; que amigos, colegas e conhecidos te respeitem pelo que de bom ou ruim faz e fez na vida. Porque somos um produto inacabado com chances de melhora ao longo da vida – ou não!

Da mesma forma sempre treinei academia sozinho. Nunca fiz a linha do andar ao lado só para ter incentivo de fazer determinada coisa. Boa parte da minha vida aprendi a correr quilômetros sozinho às 5:00 da manhã, admito não era fácil, mas fiz e descobri que a vida esta acordada em qualquer momento. Alguém em algum lugar esta acordado para viver.

Li um dia um belo texto, onde o autor dizia que as pessoas o estranhavam porque ele gostava de sair sozinho.Totalmente irrelevante a meu ver, mas compreendo as caras e bocas de quem acha que ser descolado é estar inserido em alguma tribo. Afinal vivemos na época dos exageros falaciosos de felicidade plena em fotos e cores. Ninguém quer dizer que parte dela ou sua maior parte é medianamente simples ( para não dizer medíocre).  Eu me aceito como DIFERENTE. Não que eu ache ou me coloque como uma pessoa diferenciada. Eu aceito porque é esta sociedade que taxa qualquer um que não esteja abraçada com o coletivo de opiniões. “Você sabe aquilo que aconteceu hoje de manhã?”
- Sei sim eu vi na rede também...
- Mataram o gorila né? Não deveria...
- Discordo... era preciso.
Pronto – diferentão!!! O quasímodo da internet querendo chocar.

Peguei um ponto ai, mas escolha qual o assunto que tiver rolando e tasca no contexto que dá na mesma. O diferente quase sempre não escolhe, é escolhido para ser, por ter uma mente pensante e pulsante, que não se obriga a ter que escolher esta religião ou aquela. Tal discurso com tal modelo de conduta. Já disse diversas vezes que entre fazer o certo e o errado, o indivíduo passou por esse mesmo caminho em muitos outros momentos e que sua escolha advém do que ele absolveu.

Então: se ele não sofreu, não fará sofrer. Mas se sofreu é o que vai redistribuir como conduta. Esta certo? Não sei! Acho isso paralisia de vida. Sonambulismo dos defensores da zona de conforto. O pulo do gato é ter a noção certa de que você está apenas sendo comum, fazendo o que todos fazem; o que poderia ser diferente, ou melhor, quebrando o circulo tendencioso.

Noutro dia escutei de certa pessoa que colocava no cuscuz quando sozinha em casa, sorvete. E ela falou já se armando preparada para a queixa e desaprovação minha. O que eu fiz foi rir. Ué? Faz-te feliz? Ofende alguém? Machuca? Coma cachorro quente com sorvete também. Eu mesmo comia pão com açúcar na infância e nada me dizia que era errado.

Ser diferente não pode ser jamais confundido com ser RUIM. Não aceite imposições e pechas de seu Ninguém Ruela da vida. A gente é um  ser em construção, vivendo e confluindo certezas e não tão certezas assim, uns com os outros.

O que me bato e teclo repetitivamente, é que acho pouco, pequeno, pobre de espírito agir como uma toupeira, cega e surda a tudo e a todos. .
O tipo que declara: “sou assim mesmo e não mudo!”.
Mudar faz parte, faz bem e te torna diferente no bom sentido. Porque te faz entender e resolver certas incapacidades que nos torna uma espécie de bicho correndo atrás do próprio rabo; nunca satisfeito, nunca se entende, ora esta bem consigo ora cai em depressão e carência profunda.

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