Eu acho interesse quando uma pessoa passa a virar o
rosto, muda de calçada.
Você tira importantes lições disso. Somos produtos do
meio. Não esqueça nunca disso sob pena de não conseguir ter uma leitura fria da
vida.
Todo mundo tem uma opinião sobre outra. E dela equivale
um julgamento antecipado. É o que comumente chamamos de prejulgamento.
Eu chamo de visão de túnel. A pessoa entende que ela é
superior e não precisa de ninguém – muito menos de você. É uma visão diminuta,
fechada, focada interiormente..
Enquanto o mal não tem remédio, irremediável fica, até
que no futuro se obtenha a resolução madura.
– Evite a
“visão de túnel”. Todos vivemos isso alguma vez. São os momentos em que focamos
em um pequeno detalhe, perdendo a capacidade de ver o que acontece ao nosso
redor.
Pode ser
que você tenha dias em que pense que nada tem solução, que as coisas “são como
são” e que não há outro remédio, mas isso não é verdade.
Desative
esses pensamentos. Também não é preciso viver com um “otimismo cego” que nos
crie falsas esperanças.
Pegue ar
e se deixe levar, não espere nada, mas mantenha a mente aberta olhando tudo o
que a envolve, deixe-se levar com esperança e tranquilidade.
Deixe de
lado o que sente e pense no que precisa. Há momentos em que os sentimentos nos
cegam ou nos retêm.
Ainda bem
que você vai passando pela vida e vai retirando exemplos de tudo e colocando no
tabuleiro que carrega dentro de si, onde peças e pessoas têm suas funções e
importâncias. Não despreze ninguém da sua. Nem é pelo chavão que fala que uma
hora você vai precisar dela, deixe disso de lado, é por saber que tudo se correlaciona
mesmo, um ato hoje gera uma consequência amanha que cria uma teia de
informações.
Sem hipocrisia,
eu já olhei muito de lado também. Já peguei outros caminhos e mudei de calçada.
Aqui nada de bonzinho. Não curto escrever textos de autoajuda, se a mim não
confessa algum pecado.
Gente honesta é pecadora. Come bolacha e arrota caviar.
Não falo do bem sem antes ter praticado canalhices na vida. O ser humano é
dotado de cinismo com boa dose de cara de paisagista.
“Hã?”
“Quem? “
“Comigo?”
“Eu?”
Agora para ter coragem de mudar tem de ter engolido sapos.
Não confio em pessoas convertidas do nada. Não me referi à religião, falo de qualidade
de dentro, vinda do coração.
Ser bom depois de uma vida de canalhices é a verdadeira
conversão.
Sem dor do arrependimento é conversão fraca.
Defenestro moralismo barato também. Sou contra qualquer
coisa que tenha de ser forçada. Ir à igreja por ocasião. Elogiar para
conquistar algo.
Isso é usar pessoas para seus próprios fins, etc.
“Conhece-te a ti mesmo “ exige uma boa dose de franqueza
de caráter. Enquanto o sol brilha, o mar é calmo e a brisa assopra na cara, não
rola uma lágrima no rosto em que eu possa confiar.
Quando o ser humano conhece o poço, é de lá que ele
descobre a verdade sobre tudo que até hoje acreditou ou pensou que poderia
fazer. O conhecer a ti mesmo é revelador, mas somente nesse ponto em que suas
vãs tentativas de fugir das obrigações fracassaram, começa aí a abrir os olhos
para realidade humana. Não estamos sozinhos. Nossa cama quente não é nossa. O
quarto pode estar escuro, mas sua proteção é frágil. Nada tem pertence, nem
suas horas – muito menos a vida que escolheu viver. Se não sabe usar, perde
tudo.
É necessário fracassar para mudar algo significativamente.
Mas atente: fracassar não é ruim ao todo. Pode muito bem,
servir de base para a remoção das velhas opiniões sobre tudo. Limpar e esvaziar
lixos pessoais.
Para ser bom mesmo, não vou mentir:
A língua tem de ser curta
O coração ser grande
O pensamento ter controle
E o corpo deixar de ser açougue
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