terça-feira, 26 de abril de 2016

O amanhã começa hoje





Não podemos fugir de nossa história. Daquilo que é colocado à nossa frente e precisamos atravessar. Nem sempre o caminho é limpo, livre de vendavais e espinhos. Nenhuma travessia está livre disso. Tentar apaziguar as intempéries da jornada agindo como se não houvesse tropeços é o mesmo que tapar os ouvidos e acreditar que os barulhos deixaram de existir. A existência grita, a existência cobra, a existência chama. É preciso ouvir o compasso das emoções sem receio do que há lá no fundo. É preciso suportar os vazios e respeitar a dor, tendo sensibilidade para despir-se das proteções costumeiras e mergulhar nu no silêncio carregado de mistério que há dentro de nós. 

Gostamos de simplificar demais, acabamos afastando as pessoas. 

O corpo fala e a vida cobra. Se não nos permitimos um pouco de reflexão, respirando devagar e dando a mão aos pedidos da alma, adoecemos. É preciso não ter medo de se aprofundar. Ousar desconstruir-se para então se resgatar.
Entender que somos feitos de muitos recomeços, e que não é possível imaginar a vida sem as emoções, perdas, sentimentos e pedidos de reconsiderações.
E mesmo sabendo que os nós se atam e desatam a todo instante, é possível continuar tecendo essa manta incrível que é a vida. Encarando os desafios como empurrões para um desfecho melhor dos nossos dias, e acreditando firmemente que desmanchar alguns pontos ou recuar algumas casas não significa fracasso, e sim novas chances de reencontrar a si mesmo, mais crescido, mais completo e provavelmente mais feliz.
Quem dera todos tivessem a coragem de esvaziar de si mesmos e se jogarem na dúvida. Detesto imaginar a vida com certeza demais e humildes de menos.

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