Hoje,
tentamos preencher o vazio e solidão cada vez mais presentes com a aquisição de
coisas e nessa angústia demasiada até as pessoas estão virando coisas umas para
outras. Como assim? Ora, basta voltar o olhar para os relacionamentos atuais
onde o ficar sem compromisso e, que, na maioria das vezes levam a lugar algum,
está se tornando rotineiro, corriqueiro. Nesse contexto o indivíduo passa,
muitas vezes, a ser tratado como “coisa” e usado como tal.
Há
um livro com o título Amor Líquido de Zygmunt Bauman que trata justamente da
fragilidade atual dos laços humanos e das consequências disso. O autor diz que
vivemos tempos líquidos, nada é para durar.
Tudo
muda rápido demais hoje no tecnológico e estamos, nem sabemos exatamente
porque, trazendo essa rapidez para os relacionamentos, o que só nos remete a
mais solidão e insegurança. Paralelamente, somos bombardeados por publicidades
que nos induzem a adquirir cada vez mais e que se não temos o último modelo de
tudo não podemos nos sentir bem, não somo bonitos, não somos bem-sucedidos, não
somos seguros, enfim só somos “algo” quando nos deixamos levar por apelos
ilusórios nos enchendo, compulsivamente, de coisas sem necessidade real.
E,
da mesma forma que substituímos rapidamente o celular pelo modelo mais atual
estamos substituindo nossos parceiros “ficantes”, afinal nunca estamos
satisfeitos e com tantas pessoas sós a nossa volta quem sabe podemos encontrar
alguém melhor logo ali na frente. A pergunta é, melhor para que e porque se ao
menos não nos damos chance de conhecer o outro.
Daí
que uma relação acaba virando objeto e como tal, você o ignora e passa por ele
ou ela, como se nunca tivesse conhecido. Lamentável, mas é o que acontece cada
dia com maior frequência.
Tentamos tapar o buraco em nosso peito da forma mais
absurda possível, que é através da aquisição incessante do material e, volto a
dizer, de pessoas. A cada bem adquirido temos a ilusão do sucesso
momentâneo que, como uma droga, quando o efeito passa precisamos de mais e cada
vez mais num círculo vicioso e que só nos leva para o fundo do poço.
Outro dia uma conhecida já entrava pelo seu quarto “namorido”
e a exposição e o exagero entusiástico em dizer : “ esse sim “ acabou sendo “ esse não “ de
novo!
Nada contra, até acho que é uma pessoa pra frente, porque
acredita em continuar tentando, todavia é a forma de escolha que à prejudica,
mas vá dizer isso a ela.... Escolhe pelo
materialismo. É bem sucedido? Opá tô dentro!
Pelo menos ela não consegue negar que suas escolhas são
baseadas na falsa sensação de segurança que é se envolver com quem promete
pagar todas as suas contas. Menos mal que ela não é hipócrita, só é iludida.
A garantia que viver assim não vai sofrer, e que pode
passar para a próxima relação fácil, é um tipo de pensamento pequeno, e no
futuro se tonará uma arma contra você. O que demonstra pouco conhecimento de efemeridade.
Não tem inteligência, beleza, sabedoria que dure ou engane por muito tempo, sem
que para isso seja detectado a frieza de sua condução moral.
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