terça-feira, 26 de abril de 2016

Pausas para que te quero...




Tem hora e dia para tudo. Parece frase piegas, mas ôoo glória! Cai como uma luva para dias e horas da gente.

Nem sempre tudo que fazemos é ouro, reluz ou diz o que somos.

Temos que pausar a vida. Porque tem momento que não anda – pelo menos não no conceito de vida que tenho atual. Sabe aquela esquina logo ali? Pois é – não tô conseguindo chegar lá.

Meus conceitos, todos os apurados meticulosamente por anos e anos, são os grandes responsáveis por esta resposta. O “logo ali” é longe para mim.

A pausa é referência para reflexão.
De onde eu venho?
Para onde eu vou?
O que eu quero?
O que não estou conseguindo enxergar?

Até o ato de escrever sai como rascunho, tantas vezes escrito e rasgado – jogado fora.

Funciona assim para gente que escreve: Você chega tarde, começa pensar no texto...  vem e você dorme ciente que vai escrever um livro.

Acorda completamente burro. Juntar duas frases é um exercício tão igual um TCC.
Tão quão é certo falar de um texto, é o caminho que decidimos por vezes tomar no silêncio da noite, no mais escuro dos momentos no seu quarto, lá fora eu ouço o carro do lixo já madrugado à dentro passando e recolhendo seus dejetos... tarde para caramba, e você ali costurando retalhos da sua vida. São as pausas, ditas pausas necessárias.

Vez ou outra torcendo por que cai uma chuva forte, só para correr na janela e verificar que o som dela é um balsamo dentre tantos outros que ouvimos durante o dia. Dá até para contar segredos.

As tempestades eu sei todas. Sei quando fui obrigado a sair e correr o risco da chuva e dos raios caírem na minha cabeça; mas até aqui tudo bem, sobrevive a todas.

As longas pausas são as piores. Porque é uma indefinição sem nome. Duvido que qualquer canção já tenha dito sobre elas. Há quem talvez nunca tenha saído dessa pausa.

Um dia desses voltei a ver o mar bem de pertinho, estiquei-me na cadeira e dei a minha pausa. Pude compreender que o mar avança sobre nós, assim como os dias contam nossa trajetória, sem memórias ou perdas, eles simplesmente passam e dão conta na idade que chegamos.

A maior pausa é aquela que mentimos para nós mesmos. Estamos bem. Ok você venceu!
Pausadamente escrevo olhando internamente. Observando hipócritas passando ao lado, reescrevendo histórias antigas, contando casos e causos, sem que exista plateia para ouvir e lê.

O homem produz infinitamente grandes coisas, mas juro que as pausas, são mais essenciais  que qualquer uma delas. Caso contrário estaríamos perdidos.

Uma pausa para um café, um sorriso amigo, eu pensando no que ela esta pensando agora?
Pausa para ficar triste ou pausa para ser inflexivo
Pausa para correr dos medos
Pausa rever amigos, escolher uma música, decidir o que vestir.
O que seríamos sem as pausas?Não sei...
 pausei agora meu teclado pensando em um texto de JJ Benitez:

“Pausadamente escolhi viver
Muito contrário aos seus desfechos
Parei para observar a sua vida
A minha está aqui parada, silenciosamente discorrendo sobre os rios e lagos.
Um dia você passará de novo, e juntos caminharemos ao longo das margens...
Pausa para mim...”.

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