Sou de
um tempo onde tudo era medida de tempo
Tempo de
amar
Tempo de
dizer-te amo
Tempo de
descrever as linhas que tange o mundo
Tempo de
viver juntos
Ela é do
tempo do agora
Tempo
presente
Tempo de
ouvir pouco
Ela não
tem tempo de sentir nada
Ela não
precisa de expressões
Frases
com eufemismos
Eu
preciso dela
Ela não
precisa de mim
Eu vivo
sem ela
Ela vive
com pouco
Somos dois
– ou nenhum - interagindo e coagindo.
Vicissitudes
de uma necessidade de vida
Eu
digo sim - ela não!
Eu
acordo pensando na poesia declamada, não escrita, não redigida para ela.
Ela
diz que não é hora para se falar de amor
Eu
desisto dela todos os dias
Ela
desiste de mim a cada hora
Eu
já partir tantas vezes que nem sei onde estou
Ela
já me ligou tantas que vezes que nem lembra o que diz
Eu
quero o beijo debaixo da chuva
Ela
quer o conforto
Eu
quero cobrir distâncias
Ela
cobrir os pés
Eu
queria entrar em sua vida
Ela
nem portas têm
Eu
penso que sou poeta
Mas
ela descreve-me tão bem
Ela
conta sobre dias calmos em noite quentes
Discorre
sobre a paz de um mundo em mares calmos
Sorri
em fotos, com o coração triste.
Eu
capto bem esses momentos
Sou
um consumista de suas palavras não ditas
Telespectador
de suas mágoas não contadas
Um
entusiasta de suas risadas
Eu
capto bem
Me
pego lendo suas comunicações textuais: ela conta o que não quer dizer - escrevendo melhor do que eu.
Não
é amor! Isso nos é proibido
Não
é paixão! Isso nos é proibido
Ela
já declarou com todas as letras: "assim me apaixono...”.
Eu
sei bem guardei e contei cada letra:
(15
ao todo)
“Liga
pra mim quando chegar em casa”
(28)
“Preciso
que fique”
(14)
Mas,
tem um detalhe: nada disso importa quando ela lembra que seu mundo é leve,
livre e existe a tal zona de conforto.
Não
é amizade, porque se fosse – eu não me importaria com a cor de suas unhas – o
cheiro de sua pele – a raiva casual, sem pretensão alguma ou motivo aparente.
Eu
nem sei o quê é?
Eu
queria proteger o que tenho, mas não tenho mãos e pés suficientes para impor nada.
Ela
não me quer presente, o tempo todo – todo tempo do mundo.
Eu
não a quero para embrulho de presente
Eu
sou do tipo de homem que olha para frente, e cruzo de vez em quando com o
passado. Não para pedir desculpas – más para saber não repetir erros.
Eu
não sei nosso futuro, talvez terminando de escrever este texto aqui no presente
é o que menos tenha agora.
Nossa
vida a dois começa e termina a cada frase mal colocada
A
cada vez desinteressada que olha uma mensagem minha
A
cada dia que te digo amo, pronto já terminou. A nossa relação não existe – se
não em nossas cabeças, em momentos fortuitos, dias específicos humor da hora.
Logicamente
eu adoro o lado fraco dela. Ohhh bebê não pude
Ela
odeia o jeito fraco dela; se ilude.
Minhas
falhas são todas expostas.
As
franquezas também – ela me detesta nessa hora.
Sou
tão franco quanto à idade me permite dizer: o que sinto é meu só meu, você não
tem controle sobre isso. Nem pro bem e nem pro mal. A minha trajetória é
armada. Eu nasci dono de mim. Eu não preciso de suas expressões de amor
Mas,
não acredito quando você as diz que não tem.
Eu
não preciso ouvir seus sentimentos – mas uma ou outra palavra me faz bem
Eu
já pensei muito e tão somente sobre mim
Não
achei nunca que um dia fosse pensar de outra forma, como eu penso sobre alguém.
Eu
não quero nada de você
Tanto
o quanto você não precisa nada de mim
Isso
é minha falácia diária
Uma
dicotomia perdida
Uma
falta de caráter temporária em omitir coisas e fatos. Mesmo quando estão tão na
cara
Eu
concluo que deve ser alguma lição ou ligação.
Isso
será um texto não escrito, até que um dia cada palavra seja desmentida
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