O Flamengo europeu
O Flamengo é sem dúvida alguma o time brasileiro mais europeu de todos os tempos! Isso não é demérito, é mérito se você quiser dizer que houve uma evolução futebolística no conceito nosso. Mas, o Jorge Jesus é técnico tipo B. Também não é demérito, é apenas uma constatação que sua qualificação é de acordo com o ranking dos técnicos da europa.
Todavia, para quem só vê time retranqueiro e ou reativo, ele é um Guardiola no Brasil. Foi preciso um técnico português vir ao Brasil para dizer que podemos jogar sem nenhum volante cabeçudo. Que a melhor defesa é o ataque aliada a pressão no campo do adversário.
Foi preciso um técnico português apontar que o preparo físico do jogador brasileiro é baixo. Lento e moroso em suas decisões técnicas dentro do campo. Jorge Jesus não falou de nenhum treinador, mas precisa? O técnico joga com linhas avançadas, mas não são espaçadas, existe uma condição para isso: Todas as linhas têm que trabalharem próximas dentro de 30 metros da faixa do campo. Se você imagina que um campo tem 68 metros de comprimento, o time dele joga na metade o tempo todo. O atacante, os pontas e os meias marcam a defesa do outro time quando ela quer sair jogando, e nenhum precisa voltar até seu goleiro marcando, isso diminui o desgaste, porque os companheiros estão muito próximos uns dos outros. É uma revolução? – Não! O Time do Barcelona foi quem criou isso com o Guardiola de Ronaldinho no início dos anos 2000. O Barcelona dividia os 30 metros em 4 partes, ficando um grupo de jogadores responsáveis pela ala esquerda, outro a direita e cada atacante deveria cobrir pelo menos 15 metros. Para não perder a bola, o futebol era no máximo de 3 toques, o famoso “ tic tac”. Logicamente que outros times europeus descobriram que a formula para quebrar essas linhas era jogar dando lançamentos da zaga para velocistas e sensacionais jogadores. Foi criado os meias de lado e os laterais-pontas, que pegavam a bola livre nos lamentos e achavam a defesa descoberta.
Temos isso no Brasil? Se temos, não fomos apresentados para esses “grandes velocistas”.
Por isso, então somente é que o Flamengo destoa do resto tão gritantemente. O Grêmio é que mais ou menos se aproxima de ter os lançadores capacitados e os pontas velozes. Por que então outros técnicos não repetem a formula? – Pelo medo de tomar bola nas costas, o Diniz enfrentou este problema com o Fluminense, a qualidade baixa de seus jogadores não permite confiar plenamente nisso. Mas, ele tenta e tem de tentar sempre, criar um costume e forçar os times a trabalharem o preparo físico dos jogadores e times mais obedientes taticamente.
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