Certa feita, um jornalista contou
na tv que foi chamado para cobrir um evento no Japão, após se registrar na
recepção, dirigiu-se para o quarto para descansar, deitou-se que não viu nem a
hora, só soube que foi acordado com o solavanco da cama e um tremor por todo o
quarto; rápido correu para o telefone e perguntou para telefonista: - O que
houve? – Um tremor senhor, mas foi passageiro, não se preocupe... - Mas, o que
eu faço se continuar acontecendo ou for algo bem pior? – Dirija-se ao arco
senhor, respondeu calmamente a recepcionista.
Certo que aquele povo era
acostumado a esses acontecimentos da natureza e em face ao tom calmo, ponderado
da moça, resolveu aceitar o aviso sem nem perguntar o que seria o tal arco. Rapidamente
olhou para o quarto em busca desse “arco”, afinal deveria ser um objeto enorme,
feito para proteger os hóspedes, mas não encontrou... Com vergonha de ligar
novamente, resolveu sair do quarto para observar se outro hóspede também tinha
percebido o problema. No corredor algumas pessoas saíram dos seus quartos calmamente
e seguiam um curso predeterminado nos avisos da parede: - “Desça para o arco”.
O tal “ arco” era um lugar entre
as escadarias, do tipo abóboda. Feito pelos japoneses com vigas e uma arquitetura
tão poderosa, que deveria ser o suficiente para segurar o peso de outros
andares sob as cabeças. Mais ou menos uns 20 hóspedes sentados de joelhos
dobrados, calmos aguardavam as notícias sobre o fim dos tremores. O jornalista, recluso, pensava sobre sua vida
e seu casamento: - Deveria existir uma abóboda assim para todo casamento ou
relacionamento em crise, forte o suficiente para nos abrigar das intemperes do destino.
Vez por outra nossas vidas sofrem solavancos, balançamos contra nossa própria
vontade, ou ao sabor da sorte, na
eminência de tudo ruir, não encontramos o “ARCO”, ou sentimos vergonha de pedir
ajuda para acha-lo. O jornalista passou uma vista imediata em todos os hóspedes
como ele abrigados, naquela espera longa e percebeu que não se tinha muito o que fazer
ali, era esperar que passasse o tempo, acontecesse o que acontecesse, o arco
estaria para proteger, ao menos era isso que acreditava, como na vida da gente,
algo ou alguma coisa superior está acima de nós nos protegendo ou assim
queremos crer.
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