segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Espere passar o pior


Resultado de imagem para tremores na vida
Certa feita, um jornalista contou na tv que foi chamado para cobrir um evento no Japão, após se registrar na recepção, dirigiu-se para o quarto para descansar, deitou-se que não viu nem a hora, só soube que foi acordado com o solavanco da cama e um tremor por todo o quarto; rápido correu para o telefone e perguntou para telefonista: - O que houve? – Um tremor senhor, mas foi passageiro, não se preocupe... - Mas, o que eu faço se continuar acontecendo ou for algo bem pior? – Dirija-se ao arco senhor, respondeu calmamente a recepcionista.
Certo que aquele povo era acostumado a esses acontecimentos da natureza e em face ao tom calmo, ponderado da moça, resolveu aceitar o aviso sem nem perguntar o que seria o tal arco. Rapidamente olhou para o quarto em busca desse “arco”, afinal deveria ser um objeto enorme, feito para proteger os hóspedes, mas não encontrou... Com vergonha de ligar novamente, resolveu sair do quarto para observar se outro hóspede também tinha percebido o problema. No corredor algumas pessoas saíram dos seus quartos calmamente e seguiam um curso predeterminado nos avisos da parede: - “Desça para o arco”.
O tal “ arco” era um lugar entre as escadarias, do tipo abóboda. Feito pelos japoneses com vigas e uma arquitetura tão poderosa, que deveria ser o suficiente para segurar o peso de outros andares sob as cabeças. Mais ou menos uns 20 hóspedes sentados de joelhos dobrados, calmos aguardavam as notícias sobre o fim dos tremores.  O jornalista, recluso, pensava sobre sua vida e seu casamento: - Deveria existir uma abóboda assim para todo casamento ou relacionamento em crise, forte o suficiente para nos abrigar das intemperes do destino. Vez por outra nossas vidas sofrem solavancos, balançamos contra nossa própria vontade, ou  ao sabor da sorte, na eminência de tudo ruir, não encontramos o “ARCO”, ou sentimos vergonha de pedir ajuda para acha-lo. O jornalista passou uma vista imediata em todos os hóspedes como ele abrigados, naquela espera longa  e percebeu que não se tinha muito o que fazer ali, era esperar que passasse o tempo, acontecesse o que acontecesse, o arco estaria para proteger, ao menos era isso que acreditava, como na vida da gente, algo ou alguma coisa superior está acima de nós nos protegendo ou assim queremos crer.

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