(...) e isso é uma constatação universal.
A gente torce para que tudo que é bom seja do bem; torce...
mas não quer dizer nada.
Um bom médico ou ótimo médico, não tem que ser necessariamente
uma pessoa do BEM.
Você deve estar
achando contraditório; mas não o é; é até fácil entender. Uma pessoa do bem no sentido
de (bondade) é repleta de condutas morais significativas, no entanto não tem
qualificação com o que ela faz de profissão ou de atitudes. Josef Menguele era um ótimo médico para a instituição médica do mundo todo.
Fez grandes progressos com o tratamento da dor e da ressuscitação humana.
Todavia todos nós sabemos de sua moral nefasta e seu amor pelo nazismo. Todavia suas descobertas são os meios nos
quais vários remédios passaram existir para tratamento da dor.
O piloto Ayrton Senna era magnifico nas
pistas e boa parte dela fora também, entretanto tinha poucos amigos e sabia
jogar sujo em equipe e com os companheiros; mas nós que precisamos ter heróis,
achamos por bem preservar tudo que admiramos.
E como isso se segue na vida pessoal de cada
homem e mulher?
- Da mesma forma! Somos megalomaníacos na
mania de grandeza. Queremos dar aos nossos pares, amigos, amores, família a
conotação de que é “perfeito” mesmo sendo ele ou ela alguém com necessidade de
maturação de vida. Por isso muita gente que se apaixona, deseja ardentemente
que tudo naquela pessoa seja do bem; seja sincero; seja verdadeiro e
único. O bom pai, o bom marido, o bom de
cama e etc. Fazemos essa analogia que tudo se estende para o resto. E não é
pouco os que realmente passam acreditar nisso fortemente. Até quem é o objeto
da simpatia passa a tentar ser aquele homem ou mulher sonhado por outro (a).
Cansei de ver pessoas que recebem muito amor e carinho, muita atenção e
compreensão, se sentido culpadas por não corresponder altura, justamente por
ela ser a única com clara visão sobre si mesma e de suas falhas morais. Daí quando relacionamentos acabam, vem aquele
solavanco de emoções, uma enxurrada de acusações do tipo: “você não me
valorizou”; ” você não é bom” – etc etc...
Nem poderia! Porque ele(a) não tem esses
valores morais que você deseja alcunhar, só porque ele era ótimo em alguma
coisa.
Fui chamado de arrogante por uma amiga, porque escrevi “pitacos” sobre a
vida de pessoas e suas postagens. Admito que quem se propõe a escrever
sobre vida e pessoas, realmente vai navegar por águas turbulentas e
interpretações diversas sobre o que ele escreve e como escreve. Nem tanto ao
céu e nem tanto ao inferno. Eu já fui muito mais arrogante quando era omisso do
que sou hoje.
Quando escrevo textos, é mais para me auto curar;
uma terapia que me ajuda mais do que atrapalha. Então assumo: sou arrogante
porque escrevo sempre tudo o que vejo e penso.
Mas, não vou botar nas outras pessoas a
culpa, porque determinada pessoa teve um feedback sensacional na cama ou éramos
muitos apaixonados, mas depois acabou e ela resolveu viver a vida dela. Não
mesmo! Não sou dessas pessoas que correlacionam sentimentos com o caráter afim
que ela preencha todos meus pré-requisitos. E se você, eu ou qualquer um daqui,
pensa que todo amor é para sempre; toda relação sexual profunda é amor – esta enganado!
Pior estar se iludindo com suas próprias interpretações.
Eu todo dia testo meu
caráter. E sou um dos que sabe cada falha, cada ponto em que eu deixo passar terrivelmente
cada mau pensamento. E como sei disso, tento entender que os outros também
estão nesse mesmo barco.
Posso
escolher não seguir adiante. Não confluir mais com suas ideias. E assim me
afastar. Como tem de ser todo mundo nessa vida; entender a si mesmo para depois
aos outros. Nem por isso deixo de lutar
para me transformar e sair de toda ação que me deixa para baixo. Pedir
desculpas, ir atrás, falar com pessoas, buscar novos ângulos e assim crescer.
Não morro de amores por atitudes inflexíveis; são elementos que não crescem e
não colaboram em nada com a vida.