Uma vez eu disse para uma pessoa que não gostava de cuscuz.
Apenas isso: não gostava de cuscuz. Acho que até usei “detesto”. Como isso foi
repassado adiante? – “Ele disse que odiava seu cuscuz...”. A informação em sua
base esta correta: Eu detesto cuscuz realmente! Mas o contexto está totalmente
fora da minha realidade. Começa assim então a desconstrução de uma pessoa pela
fofoca venenosa. Isso é injúria, uso indiscriminado de um fato para formular
uma falsidade.
É assim que denegrimos pessoas, juízes, médicos, amigos,
familiares e outras pessoas. Usamos de nossa prerrogativa de saber algo de
alguém privadamente para atingir outros objetivos, mediante do que pensamos
sobre a pessoa. Se gostarmos dela, é um fato irrelevante saber minha
preferência ou não de cuscuz. Mas, se não gosto, quem sabe posso prejudicar
tendo esta informação? Fofoca nasce disso: Da nossa má vontade com os reais
fatos que temos sobre uma pessoa. Uma pessoa com vontade de prejudicar alguém -
ficará se coçando para arrumar qualquer coisa e agirá nos contextos. O meu
exemplo é um em milhões de outros exemplos que assolam o mundo das fofocas e
das contextualizações. Quando uma notícia sua se espalhar fora do contexto que
foi dita, vá atrás e saiba que quem originou o fato, te odeia muito.No mínimo é
desonesta, porque o ódio mesmo de forma vil, pode ser racional, se a pessoa que
o tem, for uma de princípios honestos, ela não agirá na sombra, não levantará
falso testemunho, mesmo te odiando. Quer um exemplo do que eu falo? Uma mãe que
perdeu seu filho para um bandido. Ela pode odiá-lo; mas se for honesta, quererá
que ele seja culpado pelas provas verídicas, nem mais e nem menos que a
verdade. É utopia pensar assim? – Pode até ser, mas citei um caso extremo, tem
gente neste mundo que levanta falso testemunho por coisas banais, coisas sem
valor moral algum, só para ver alguém sendo prejudicado. É o que mais defenestro
na conduta humana, a fofoca com veneno letal, própria de gente desalmada e não
amada.
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