Um belo dia recebi uma ligação:
- Ei, Bom dia! - Bom dia cara!
-Tem como você vir aqui em casa ainda hoje? Vou logo dizendo... É urgente!
- Pensei logo em notícia ruim, tragédia... - O que é isso companheiro... Aconteceu algo?
- É que sinto um cheiro forte no meu apartamento, nem entro mais, estou na minha irmã, até descobrir.
- Mas, o que tem isso comigo? Será que você não deixou algo morto no vaso não: quis brincar... – Não cara! É sério mesmo! Minha irmã também sentiu.
- Olha só, hoje não dá, amanha pode ser?
- Hoje amigo, eu vou te buscar, tem de ser hoje!
- Mas, que cheiro é esse? - São de rosas, plantas, de um jardim inteiro dentro do meu apartamento, mas eu nem tenho plantas...
- Ué, mas o que tem de errado nisso? Vai ver é do vizinho ou dos vizinhos.
- Não, não é... Não quero falar por telefone, venha aqui e te mostro.
- Melhor você explicar, porque já estou bolado com isso, não vejo porque rosas e plantas dariam problema. – Eu explico então: Hoje é aniversário da morte da minha ex-noiva, ela adorava essas coisas, acho que ela está aqui...
Assim fui levado, tragado para a vida desse amigo, observar, pois era minha condição, observar apenas. Não sou um caçador de fantasmas, mas, alguma coisa eu sei que é - e outra não é o que pensamos ser. Serve para se julgar melhor o que pensamos a cerca do mundo espiritual.
Assim que cheguei por um tempo senti o cheiro, mas não era tão pungente como ele dizia, nas narinas dele era, nas minhas não! Tratei de observar o apartamento todo e notei que não tinha nenhuma imagem sacra, nenhuma característica de religiosidade naquele lugar. Eu soube por ele depois que a morte da ex-noiva, deixou cicatrizes e ele estava há muito tempo a procura de respostas, mas nunca perguntei nada sobre isso profundamente. Antes de ir, eu resolvi imprimir um texto que falava de proteção do lar. Assim que comecei a circular, eu lia baixinho e caminhava pelos cômodos, recitando o texto e colocando um sinal da cruz em cada canto que passava, assim que fiz isso por uns 10 minutos, a porta da sala abriu abruptamente e fechou-se numa pancada que ecoou pelo edifício todo. Foi literalmente uma porrada! O cheiro característico de flores sumiu! Tão logo ele percebeu também que o cheiro desapareceu, o sentimento de opressão que ele também tinha que dá a característica de medo na gente, desaparecera. Seja o que for que tivesse sido aquilo, rezas e liturgias não foram bem aceitas. Eu sempre penso que quem muito procura, acha! Na minha experiência, qualquer coisa que não aceite a Deus como parte do processo, não é bem vinda. Não force algo que não tem controle.
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