segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Vá para uma festa, mas não fique sóbrio por muito tempo.


Agora entendendo por que a sobriedade numa festa é uma coisa rara. A maioria não vai para celebrar, vai para espiar os outros, criticar o modo de vida, saber como e quando... Existe uma plateia que se destina a ser pedra na vidraça alheia. Talvez a bebida realce a vontade de dizer ou fazer as coisas de forma mais exaltada do que a sobriedade permitiria. Ou, talvez seja a forma como as pessoas esquecem as suas vidas e seus problemas pessoais para se focarem em resolver as dos outros – já percebeu que a mais animada tem resposta para tudo? Núcleos vão se formando em ilhas sobrepostas de bebidas de todos os tipos, apadrinhados e mais chegados se aglutinam para conversarem, o espaço fica ocupado pelas pessoas que realmente são importantes para elas. Nenhuma cadeira é cedida, se não faz parte daquele grupinho social formado. Tudo tem um por que, nenhum sorriso é dado de graça, ao menos que seja para puxar algo, saber de alguma novidade. Ter um sóbrio é sinal de problema, ao menos para o sóbrio, porque ele só tem duas opções: arriscar se envolver - se defendendo dos excessos dos outros, porque eles vão depois dos primeiros goles, tomar coragem e dizer ou afirmar coisas nas quais não sabem sobre você ou cochichar de algum feito seu. A oura opção é você se torna um surdo e mudo ao ambiente e fingir que não enxerga este mundo se desenrolar à sua frente. Não me admira que a maior gentileza e a maior agressão veem das pessoas que saem do seu estado normal para os excessos, quando tudo parece que é permitido.

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