quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Nossa representação.

Resultado de imagem para representação de natal

Assim como muitos, a selfie é feita numa encenação digna de presépio, porém a realidade é outra. O Natal é talvez o período onde a pessoa deposite mais esforços para se igualar ao próximo. Quando digo igual: é ter a vida mais próxima, mais parecida de sonhos e realizações. Todo mundo quer o peru igual, a arvore igual, a vida igual.
Não é por menos que metade das frases que eu li dizia “Meu Natal é...”. A nossa felicidade é diretamente imposta pela felicidade do outro; Eu pergunto: Quem quer dizer que o Natal de hoje foi igual ao do ano passado? Que recebeu a visita do parente chato, o marido bebeu até dormir, a esposa começou de salto e 20 minutos depois trocou por chinelo?
O Natal pode ser muito opressor também! Não por culpa dele, mas por nossa forma de enxergar a vida. Queremos que em apenas 30 dias tudo que não tinha acontecido no resto do ano, passe acontecer... De uma hora para outra, surja à felicidade e a boa sorte. Sabe aquele ditado: “Aqui se planta (...)”.
Eu vejo o Natal como vejo o domingo, eu sei que ele existe para nos dar uma oportunidade de nos juntarmos, mas sozinho ele não é nada, só uma representação qualquer.
Terminado o almoço do dia 25, as pessoas voltam a ter esperança que daqui mais 7 dias o sonho aconteça, porque agora a promessa é de “tudo novo...”.
Infelizmente as pessoas serão as mesmas, até que algo aconteça internamente, seremos as mesmas razões de fotografar algo e dizer outra coisa.
Não se trata de justificar o Natal, a razão é justificar nossa vida, nossas relações e medos. Muita gente não fez nada por merecer, mas espera que um milagre surja pela chaminé.
Para um grupo de pessoas, o Natal é a data em que se espera que passe logo, para não ter quer segurar o sorriso por muito tempo. Você sabe disso quando as vê aliviadas pela pressão do dia anterior. Não deveria dizer isso: Mas parece que nos esforçamos muito para copiar modelos de felicidade. Quando o período passa, voltamos a nos agredir mutualmente, desprezar e diferenciar amigos. Se só aceitarmos que neste período que a vida acontece, vamos deixar de viver o resto, nos 11 meses do ano e sem forças, seremos robotizados, falsos e desprovidos de sonhos reais.

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