quarta-feira, 17 de abril de 2019

Olhar nos olhos

Dificilmente consigo olhar nos olhos das pessoas e sentir que eles estão felizes com elas mesmas.
Você senta em uma cadeira de bar e põe se a olhar pelo olhar de cada um e percebe que grande parte sorri por sorri. Fala por falar. Habita naquele ser humano um universo inteiro de dúvidas e pensamentos a cerca de tudo que fez para chegar até aquele momento. Não é diferente comigo, mas eu sei da minha trajetória - porém alguns nem percebem a sua própria.
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Em um mundo de aparências, negar a sua faz toda diferença. Algumas poucas que eu sei da intimidade já vivem por remédios que compram sorrisos, sono e falsa paz. As que lutam para não usar revelam que já experimentaram. Não é a toa que vimos “celebridades” com tanta depressão. A vida tem se tornando grande demais para ser contida numa pessoa só; buscamos criar personagens da nossa história para contar algo que não sabemos identificar. Sentimentos como: amor, amizade, saudade - nos parecem distantes. Todo mundo já fracassou e parece que ainda tem medo de perder o pouco que tem. Vou te dizer uma coisa:- Não temos nada a esta altura da vida, quando chegamos ao ponto de perceber que é um beco sem saída, o que resta é voltar para casa, após um final de semana e dizer que “Está tudo bem... foi show!” – Bora postar as fotos para provar meu ponto de vista.
Tem gente comparando “momentos” por eternidade. Beijos por amor. Curtidas por relacionamentos, vida pela metade como casamento feliz. Ninguém quer arriscar nada – só garantir que o que tem dá para atender o hoje. 
Não cabe aqui mensurar pessoas e nem apontar erros – estamos todos no mesmo barco. Superlotando bares e paginas de redes sociais, entregando nossa vida ao rumo de outros, permitindo que aplicativos nos diga o que fazer. Não faz muito tempo, tudo que você precisava para namorar era: Um sorvete, uma promessa de praia e um cinema. Dedicávamos nossa atenção em dar ao outro pequeno gesto, mas de grande consideração. Hoje em dia um casal se forma pela precisão rigorosa de uma listagem de checagem de aeroporto. Tendemos a tentar prever se o que sentimos será bom e se vai durar pelo menos até outro dia.
Não há nada mais seco que tentar acertar o que se sente. Ou não vale a pena ser vivido.
Nada mais arrogante do que diminuir possibilidades, avaliando você mesmo como parâmetro.
Não é de menos que a tal da vida nos arranca toda arrogância, nos colocando no chão a cada vez que previmos um resultado. Ela é implacável e tem uma irmã pior ainda: A Dona Morte: cheia de si e perversa, nos rouba o tempo sem chance de voltar atrás.

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