O que vou relatar
aconteceu comigo numa quinta chuvosa quando fui saindo do plantão, quase meia noite e quinze.
Estava muito nublado e começou a chover muito, então resolvi ficar
abrigado na lateral do estacionamento do hospital até que diminuísse a chuva.
Abriguei-me lá e contemplei a mau tempo, quando resolvi olhar à frente -
surgiu uma moça de cabelos compridos, cabeça
voltada para o céu a contemplar a chuva
como eu, vestido bem longo, mas muito bem
caído, de bom gosto.
Resolvi transmitir um sinal de cabeça acolhedor, como se tivesse
tranquilizando-a para que soubesse que trabalhava ali. E ela me olhou meio de
lado e disparou: - "Você trabalha aqui há muito tempo?" eu disse meio
sem jeito "ah!! sim!!..." e ela disse: - "Muitas pessoas doentes
se sentem sozinhas e isso me entristece muito, tenho pena de tantos!!!" eu
perguntei a ela se tinha parentes ali ela disse que não. Achei meio estranho...
Assim que a chuva parou ela saiu apressada e correu - eu fiquei surpreso
e resolvi observá-la do carro, indo para o ponto de frente ao hospital e quando
fui olhar a hora, ela sumiu como num passe de mágica. Fiquei pasmo e comecei
olhar em todas as direções possíveis para ver se a via; levei um susto quando
chegou um segurança perto de mim e perguntou-me: - Estava falando sozinho há
esta hora?
Fiquei um bom tempo
pensando e impressionado com esse acontecimento. Quando serenei as ideias, mais calmo resolvi voltar ao hospital e
perguntei ao vigia do necrotério, quem era falecida da noite, e ele estava
destinado a segurança da porta do necrotério do hospital. Ele me contou que era
uma moça que foi desprezada pela família e humilhada pelo seu noivo - se matou
ou algo assim. Pedi que descrevesse a moça, o que ele respondeu prontamente,
analisei e com o que tinha visto, conclui que ir para casa era a melhor solução,
esquecer que aconteceu de novo...
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