segunda-feira, 19 de agosto de 2019

Deixa os mortos " morrerem em paz"

A imagem pode conter: céu, nuvem e pássaro
15 anos atrás, lá pelo início 2005 eu estava acompanhando um tratamento espiritual de um casal na casa espírita e pelo que sabia deles, a esposa vinha tendo problemas espirituais fortes. Ela havia perdido o único irmão em um acidente de trânsito em 2001, e não conseguia deixar de seguir adiante, tanto por querer a punição do infrator-que-matou-seu-irmão, como por adorar veladamente o mesmo. Era muito apegada ao jovem, e já tinha rodado por casas espíritas, centros candomblés, feito e ouvido muita gente a cerca da comunicação com “os mortos”. Tanto é que acabou conseguindo atrair para si e para sua família (esposo e filhos), alguns sinais perturbadores: Pancadas, luzes queimando, coisas acontecendo, vultos e por fim destemperos e brigas entre o casal. Na sua inocência, cada comunicação ou pseudo-comunicação, era um alento para ela. Eu acho reconfortante, mas tem um limite a meu ver, com 27 anos de espiritismo, nada que se transforma em obsessão é saudável. Enfim, ela entrou na casa com problemas e queria solução; mas não abria mão de saber sobre o irmão. Com 2 anos em tratamento já tinha perdido esperança, além de irritabilidade com a casa espirita. Permanecia procurando em outros lugares e meios de manter acesa sua obsessão, até que o filho menor caiu em doença e quadro psiquiátrico de esquizofrenia. Isso a fez ficar alerta e os médicos nada conseguiam demover, nem mesmo a casa espírita conseguia, porque além de não ajudar corretamente, ainda tinham em seu quadro algumas pessoas que fomentavam a necessidade dela de se manter comunicável com o irmão. Achavam isso “bacana”. Um terrível engano!
Até que um dia, um palestrante do RN, veio visitar e “coincidentemente” teve uma curiosidade gigante de falar com o casal, principalmente a moça... Ao fim da palestra, ele chamou-os no canto e pediu uma sala reservada da casa para dar uma consulta privada. Ela, lógico, ficou entusiasmada com a possibilidade de “nova comunicação”. Sim, ela obteve, desta vez, porém não foram frases soltas, perdidas, aleatórios, do tipo: “Irmã, saudades...”. Foi para mim a maior lição de todas:
Transcrita segundo minha memória:
- Minha irmã... Adoro você – Mas pare com isso! Deixa os mortos morrerem em paz!
Estou preso no laço que nos une, aqui, quando não podemos ir, ficamos entre os dois mundos, e para uma alma, permanecer entre os dois mundos é o mesmo que ficar doente sem possibilidade de cura, com o tempo somos obsediados também aqui, por entidades que nos faz de escravas, e outra coisa: Nunca fui eu nesse tempo todo! Sempre eram entidades que se alimentavam de você e de sua família e não me deixavam chegar perto. Graças a este médium evoluído, eles não tiveram força para me deter e pude falar. Deixe me ir – deixe-me viver a minha nova vida... Abraços amorosos a todos, beijos para Ritinha minha sobrinha e Luiz que agora vai ser realmente curado e desobsediado. Amo você...
No exagero do amor, punimos quem amamos...

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