Quase é uma verdade o que eu ouço sempre: “Não tolero...”
vem precedido antes do que é anunciado ao que não se tolera. E daí você escolha
o que quiser: não tolera mau humor; não tolera cigarro; não tolera quem beba,
ou seja, rude e etc, etc. Mas será verdade mesmo? As pessoas são francas quando
determinam que não tolera determinadas coisas de outras?
Eu digo que para não dizer esta enganada, prefiro dizer que
ela relativiza tudo.
Dizer que não tolera atrasos na vida de seu ninguém é tão
sólido até que se conheça o “Seu ninguém”. Se o Seu ninguém é alguém especial
para você, tudo fica relativo à pessoa né?
Essa capacidade de qualificar umas em detrimento das outras
é nossa especialidade mais sacana do mundo. A quem possa interessar eu dou
intimidade para umas e outras não; A quem possa interessar eu aceitos as falhas
de alguns e outros não. Se eu posso dizer isso; é porque existe uma verdade não
implícita nas minhas atitudes.
“Eu nunca fiz isso antes” é real até que se chegue alguém
que quebre e bote por terra. Não é uma verdade absoluta sua só é relativa até
aqui.
“Eu nunca mais me apaixono novamente “, é outra que soa tão
falsa quanta nota três reais.
Para muitos de nós, as pessoas têm pesos diferentes;
importâncias diversas e razões únicas.
Eu vou com Veríssimo quando diz que nunca acreditou em absolutíssimos
nenhum, vindo de pessoas com menos de 50 anos. É próprio dos imaturos tentar determinar coisas que não se cumpre de fato. Até
que se tenha beijado nos lábios do amor e do ódio e deitado com o diabo (figura
de linguagem) nada disso é possível mensurar. No qual eu concordo até a última
letra. Aceitamos receber pouco e mal de algumas pessoas e não nos damos conta
disso, entretanto quase sempre somos realistas demais em dar o fora em outras
porque simplesmente não atenderam nossa ligação ou não leram um sms na mesma
hora. É uma dicotomia puramente humana e burra. E sabe por quê? Porque auferimos selos de importância para cada pessoa do nosso convívio. Você nem sabe, mas talvez tenha a
lista das pessoas que podem ir a uma festa na sua casa, e outras que não podem
mesmo sendo elas do mesmo convívio. É certo dizer que provavelmente você
aguenta desse ou dessa um coice, mas é grosseiramente deselegante com quem não
te deu bom dia, porque não te viu.
E dentro dessa premissa de aceitar de uns e não aceitar de
outros, é que se vive a vida esperando aquela frase de segunda feira de alguém
que damos a maior importância do mundo, mas não deu um "oi" só em todo o
momento que esperei nas redes sociais.
E continuando nossa dicotomia burra, é esperado que a pessoa
entendesse a música que compartilhei no meu Facebook pensando nela, ou no texto
todo pontuado de deixas relativas aos dois, e que ela nem mesmo curtiu ou
mencionou. E para alguns que leram e resolveram comentar ou falar contigo, você
deixa o silêncio e vácuo como resposta; afinal não era dele ou dela que você
queria repercutir. Sim somos todos pretensiosamente esclarecidos como indivíduos.
Sabemos como queremos e quando queremos. Somos justos e imparciais com tudo.
Ninguém invade seu espaço, até que isso seja uma verdade apenas da boca para
fora.
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