segunda-feira, 4 de julho de 2016

Nossas escolhas falhas



Quando se trata de lidar com outras pessoas, não existe nada mais certo nessa vida do que dizer que só há dois tipos de pessoas: 

1        1) A que queremos que seja
2        2) A verdadeira 

Muito geralmente, quase certo em dizer que só enxergamos a primeira. Essa que pensamos que exista é a que queremos conhecer na vida ou não. Nós somos pretensiosamente hábeis em desconfiar e confiar rapidamente no primeiro julgamento que temos. E, então estabelecemos um modo operante de agir com ela.  Se gostarmos, seja para um relacionamento amoroso ou amizade, temos a capacidade de supervalorizar as qualidades dela e relativizar os defeitos. Nem é a própria que pede que seja assim, mas é de nosso costume querer subjetivar a pessoa há um patamar que atenda as nossas expectativas. Não muito raro a gente ouve falar todos os dias de pessoas que anunciam o “amor da vida” apenas em poucos dias, ou” o melhor amigo” assim de repente. O contrário também é bastante comum; essa habilidade terrível de não ir com a cara de outra logo do início também é nosso pecado mais comum.

E daí surge todos os problemas iniciais. Expectativa. Decepção. Culpa. Remorso.
A gente deu aquela pessoa um arquétipo criado por nossa cabeça. Vestiu-a de um personagem fictício de nossa escolha e agora descobrimos que não podemos controlar, porque ela não é de fácil controle e nem esta inserido nos textos que queremos roteirizar para ela.

Ela só existe para gente, nada mais. E muitos sofrem anos e anos, sentindo remorso, culpa e decepção por aquelas que ousamos criar sem pedirmos permissão. Posso dizer sem medo que somos um poço sem fundo de exigências não complementadas

A verdadeira
Essa é quem deveríamos ver sempre. Sem colocar falsas expectativas, apenas pura e simplesmente clara. Uma amizade baseada nisso é longa e de difícil rompimento. A gente sabe quando chegou a este nível quando a pessoa viu tudo de seu melhor e pior e permaneceu ao lado. Não importa o grau de relacionamento que se tenha com essa pessoa; desde que se tenha toda a visão macro e micro do mundo dela; entendido quais são seus pontos fortes e fracos, sem varrer nada para debaixo do tapete e que se sabe que isso tem base sólida.

Em tempos de abusos de auto retratos; superexposição de intimidades; falsos perfis e demais situações; logicamente isso de esperar para que a pessoa se revele e entender que a verdadeira é a única que existe de fato, esta cada dia mais difícil de chegar a ver.
O que nunca temos em mente é que muitas das pessoas que chegaram em nossas vidas estão ali justamente porque elas refletem se não um pouco, pelo menos quase todas nossas características; e estão sendo julgadas para melhor ou pior, porque nós queremos que elas complementem as lacunas faltantes de nossa personalidade. Daí vem toda essa necessidade de querer dar nomes aos nossos sentimentos. O amor da nossa vida ou melhor amigo; assim como a pessoa intragável, todas descobertas recentemente, são frutos de nosso ego cheio de si e pouco ponderável; que julga atender nossas vontades e anseios, sem antes permitir escolhas. Uma interação entre duas pessoas tem de passar por muita coisa juntas; muitas verdades serão ditas face a face antes para que se possa dizer um eu confio em você. Tem muita água para passar sob essa ponte chamada vida que nos revela bem nu perante ao outro. Até que se chegue ao nível máximo de intimidade, nada dito antes pode ser considerado sincero o suficiente de se ouvir ou falar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário