sexta-feira, 12 de junho de 2020

Esconder o corpo não te torna outra pessoa.


Já reparou a quantidade de pessoas que praticam um verdadeiro malabarismo para sair numa foto? Cortam o que não gostam, saem pela metade nas fotos, às vezes só o rosto, outras só com filtros e etcetera. Se não cansa, entristece cada dia um pouco mais. Até porque, você pode criar uma falsa ideia de sua aparência, mas o espelho não esconde. Nem mesmo se escapa das pessoas que não possuem filtros morais. Elas vão te criticar ou apontar, justamente onde você queria esconder. Só por isso, deveria ser muito frustante. Mas, há quem justifica tudo com remédios. Se entope de controlados que não resolvem a dor. A gente só pode ser o que existe de dentro para fora. Nada muda porque queremos. Dietas não diminuem o peso em um dia. Plásticas não devolvem os anos. Isso só se acentua mais e mais. Não estou dizendo para deixar o relaxamento tomar conta, não se trata disso. O que estou dizendo é que ao criar um outro eu, principalmente muito diferente do que somos, perdemos a capacidade de aceitarmos as mudanças que virão no futuro. Não é animador não estar inserido no padrão da beleza vigente, eu sei disso. Dói envelhecer e ser chamado de senhor (a), tio, coroa, velho (a), gordo (a), dói tanto quanto reconhecer que nosso corpo não corresponde mais nossas expectativas. Mas, é daí que vem a liberdade de não ter ninguém cobrando algo que não estamos querendo vender. De ter a certeza que quem estar ao seu lado, sabe tudo sobre você. A pessoa que precisa de aplausos, de quantidade, invariavelmente, seca... Murcha, tal qual flor.

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