sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Sincronia perfeita!


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Se você reparar no seu entorno, verá que a vida transcorre para os outros como a sua própria... Principalmente porque saímos de casa tão absolvidos pelos nossos problemas que deixamos de ver que todo mundo também tem o seu.
No fim da rua que moro, tem um semáforo. Saindo de casa para o trabalho, invariavelmente acabo pegando ele fechado, o que já me acostumei e hoje não foi diferente... Acontece que fiquei três carros atrás - e por isso deu para ficar olhando o movimento da rua, até quando do nada surge um velhinho baixinho e careca, correndo com roupa de moletom azul escuro de listras brancas... Até aqui nada demais, o que me chamou atenção foi o modo dele atravessar: Correndo e segurando a calça como se tivesse medo de deixa-la cair. Na primeira sensação que tive, era que ela estava muito folgada para ele, pois o mesmo é muito magro, algo de se notar. Todavia, ele atravessou e foi direto para o portão do prédio, chegando até escorregar na pressa de chegar... O que ocorreu em seguida era desesperador (no ponto de vista dele), o velhinho digitava o comando na portaria e empurrava o portão... Nada! Digitava e empurrava... Nada! Não abria, e eu estava com um olho no semáforo e outro na situação, aqui e acolá, pronto para saber o que aconteceria primeiro...
Assim que notei o semáforo abrir e os carros começarem a rolar na primeira marcha o velhinho também começou o dele... Antes de partir, vi que ele grudava as costas na parede do prédio, olhando para o céu em súplica, pensei que era algum tipo de oração... Do tipo que a gente faz quando fica todo cagado na rua e não tem como sair do canto.

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