quinta-feira, 6 de junho de 2019

O Obcecado



Certo dia, uma amiga que havia perdido seu cãozinho, teimava em dizer : “Existe um céu para os animais... tenho certeza disso!”. Na minha ótica, nunca li em nenhuma cultura que isso se quer fosse possível, mas vá lá que ela é super-paranormal e viu isso em meio há 7 bilhões de pessoas, fora os que já morreram. A única, a saber, deste céu. Eu disse que não havia, mas ela é obcecada em percorrer sua vida, detestando as pessoas e privilegiando os animais. Ela só não sabe que talvez seu “carma” seja este mesmo: “aceitar as pessoas”. Vai passar pela vida, sem entender a razão dela. Outra pessoa que conheci, teve uma perda maior, bem mais dura, perdeu um ente querido. Tem a mesma tenacidade da outra do cãozinho, percorre seus dias, tentando provar que a vida continua do outro lado de lá e que consegue se comunicar, etc.
O que sei? – Sei que ninguém foge, esconde-se, ou nega-se a morte! Dói mais em algumas pessoas do que em outras, mas tudo é principio da vontade de Deus, querendo ou não, vamos passar por isso, vivendo e vendo pessoas que amamos ir e ou depois, nós mesmos. Se eu fosse um espírito e direi agora isso: - Fulano(a) não fique me procurando, vá viver a sua vida! Milhares de pessoas perdem anos, se desgastam, ficam doentes, por não aceitarem a partida. Uma vida inteira que vai junto. Se um médium disser que incorporou tal pessoa e esta disser que te ama, mas que quer ficar com você por perto, ou que te pede para entrar para aquela religião ou seita, corra! – É o capeta! O luto é benéfico para nos trazer serenidade e tornar a vida uma RAZÃO MAIOR DE SE VIVER. Qualquer coisa que passa do limite do tempo da dor é doença espiritual! Que se revela quando erguemos um altar pessoal para a pessoa que partiu. Quando velamos uma presença que não existe mais indefinidamente. A terceira pessoal que é obcecada a meu ver, é aquela que cultua a si mesmo. Sim! Temos aos montes hoje em dia. Fica horas e horas, dias e dias, tentando justificar a si mesmo e sua presença no mundo, enaltecendo suas qualidades, ocultando seus defeitos e tentando ser uma pessoa que nunca chegará a ser. Ninguém é belo por toda vida, muitos menos inteligente, rico ou sábio o suficiente para servir de exemplo. Tornar-se um obcecado por si é doença grave; afeta a capacidade de discernir os próprios erros. É muito parecido com aquela pessoa de outro texto “feliz 24h por dia”; não existe! Ser simples, exigir do próximo apenas o que damos, facilitar a partida da dor e não trazer para si um peso que o ombro não possa suportar, é a melhor das tarefas diárias que devemos ter.

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