Brigas por motivos errados

Analisando as relações, tenho visto, incluindo-me na trajetória dos conflitos interpessoais, que geralmente todos... Volto a repetir: todos brigam por motivos diferentes do que aflige.

O problema é de ciúmes, mas para não dar o braço a torcer, se reclama do copo deixado na sala de estar. A raiva é pelo abraço demorado no amigo ou então na amiga, mas o conflito vai acontecer quando estiverem voltando para casa, numa fechada de porta carro qualquer, onde alguém dentro vai soltar uma indireta querendo ser direta.

O medo de hoje é de ser pegajoso, fraco, sensível, de demonstrar fraquezas que o outro não tem – quem disse que não tem?

Então para garantir a fuga do que realmente estamos pensando, aproveitaremos outras razões para discutir sem razão. Não passamos a informação correta, para confundir, tratando o conjugue como possível rival de quem é o mais bem controlado do casal.

Ficamos magoados por uma situação, esperando que se apresente outra para abrir o conflito.

Esta é a principal coisa que não se constrói em relações. Esconder o que sente, para não mostrar fraqueza.

Não resolve. Não evita conflitos, só amplia os problemas, porque geralmente o copo na sala de estar não emite raiva, mas o que sinto e escondo sim, emite e transborda rancor.

Raiva por coisas não contadas é retrato explicito que na relação não se conta mais nada um ao outro.

A única honestidade aqui é com o sentimento da raiva. Porque de resto tudo é desculpa para explodir. O outro te entende distorcido. Acha que você é uma pessoa difícil de lidar, de temperamento irritante, mas não sabe que você quis dizer uma coisa e fez outra.
O que é certo? Que haverá outras brigas e brigas, até que os motivos certos estejam postos em mesa.

Não é pouco que vejo pessoas estourando do nada em bares, festas e encontros, a semana e o mês vem acumulando falsas pistas e o copo encheu antes do tempo.