quinta-feira, 9 de março de 2017

O passado não condena sempre

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O passado não condena sempre

Estamos vivendo hoje uma era onde tudo pode ser resgatado do passado, sobretudo declarações, ideias e fuxicos. Não faz tempo, e li por aqui na net alguém trazendo à tona uma opinião de determinada pessoa, dita lá pelos idos 90. Logicamente o que ele disse, ia de encontro com o que ele afirma hoje e não foi nada bom para o mesmo. Entretanto, me senti na pele dele. Porque eu mesmo já disse e fiz uma pá de coisas que comparado as épocas e ocasiões não condizem mais comigo em 2017. Mas, pá garoto! Tá dito! Atire a banda de tijolo quem não falou coisas que se arrepende.

Dentro dessa situação, precisamos encarar como as pessoas lidam com isso. Dizem por aí que ninguém muda; o que há anos eu bato de frente: - Muda sim! Sobretudo se quiser. Pela dor ou por amor. Mas, muda, mesmo que seja pela idade e maturidade que alcançamos. Se foi para melhor ou pior - não discuto os termos, discuto as transformações, e cá entre nos... mudar faz parte da adaptação ou então ficaremos para trás.

Da série eu já falei isso, posso dizer, fazendo meia culpa que considerava nos meus primeiros arroubos de adolescente, toda mulher um prato comestível. Não considerava discrição um fato preponderante. Achava que quantos mais divulgasse meus feitos sexuais, melhor seria como homem. Adquiria respeito por parte dos outros homens. E, tantas foram as decisões e atitudes erradas que tomei, quantas fossem necessárias entender que caminho tomar. Logicamente com o nascimento da primeira filha, a gente descobre que não se cria uma menina para a vida, para vagabundo algum usar. Além disso, a gente percebe a dor que causa nas outras. Nos apaixonamos e perdemos pessoas ao longo do caminho todo, - seja por nossa culpa - seja por escolha da outra se afastar - todo dia alguém pesa, mede, analisa e te julga apto ou não. E assim, fui entendendo as engrenagens que me fizeram chegar no hoje e ter outra cabeça.

Não posso apagar nada que disse ou fiz, mas posso muito bem não relevar ao ponto de me paralisar e não mudar. E, quando digo paralisar, falo de não deixar que as cicatrizes me tornem mais duro que o aço. É óbvio que todo mundo, assim como eu, guarda mágoas de um ou outra pessoa e não esquece tão fácil. Mas a graça é saber que isso é localizado apenas. Tenho aversão as pessoas que usam de momentos ruins da vida, para a desforra. Que acabam curtindo levar à sério o lance de usar ou subjugar outras, porque em algum momento da vida, foram elas as vitimas.

Cabe o ser humano, saber contornar a vida. Cabe a nos, não rotular ninguém indefinidamente. Nem projetar em todos os homens a pecha de safados e ou as mulheres de interesseiras e galinhas. Existe uma maturação em cada um da gente, que requer tempo para diluir e separar o melhor de cada um. Haverá dias ou épocas que estaremos destilando veneno, outros vinhos da melhor qualidade, quem somos, quem fomos, para onde vamos, é o tal do equilíbrio certo.

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